Reflexões para estimular e despertar a emancipação do sujeito; contribuindo para construção do conhecimento crítico e científico na temática de saúde, educação e direitos humanos

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31 de ago. de 2010

Mortandade de peixes






As organizações de saúde e as pessoas que nelas trabalham precisam desenvolver uma dinâmica de aprendizagem e inovação, cujo primeiro passo deve ser a capacidade crescente de adaptação às mudanças observadas no mundo atual.
Devem-se procurar os conhecimentos e habilidades necessários e a melhor maneira de transmiti-los para formar esse novo profissional, ajustado à realidade atual e preparado para acompanhar as transformações futuras.

Faço esta explanação como embazamento para esclarecer a população sobre a importância de uma gestão, aberta, descentralizada, dinâmica. Observada em muitos municípios de nossa região, em atenção exclusivamente ao fato que causou a mortandade de peixes no Rio Santana, fato este que não é o primeiro.


A Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), com base no Decreto n.° 3.450, de 9 de maio de 2000, que estabeleceu como sua competência institucional a “gestão do sistema nacional de vigilância ambiental”,


Pergunto a quem interessar possa, que vigilância ambiental é realizada pela Vigilância Ambiental Municipal?

A Vigilância Ambiental em Saúde é um conjunto de ações que proporciona o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou outros agravos à saúde.

Destacam-se os seguintes objetivos da Vigilância Ambiental em Saúde:

a) produzir, integrar, processar e interpretar informações, visando a disponibilizar ao SUS instrumentos para o planejamento e execução de ações relativas às atividades de promoção da saúde e de prevenção e controle de doenças relacionadas ao meio ambiente;
b) estabelecer os principais parâmetros, atribuições, procedimentos e ações relacionadas à vigilância ambiental em saúde nas diversas instâncias de competência;
c) identificar os riscos e divulgar as informações referentes aos fatores ambientais condicionantes e determinantes das doenças e outros agravos à saúde;( Como por exemplo se o que matou os peixes pode matar pessoas, o que aquela substância pode causar a um ser humano.
d) intervir com ações diretas de responsabilidade do setor ou demandando para outros setores, com vistas a eliminar os principais fatores ambientais de riscos à saúde humana;
e) promover, junto aos órgãos afins ações de proteção da saúde humana relacionadas ao controle e recuperação do meio ambiente; e
f) conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento, visando ao fortalecimento da participação da população.

Epidemiologia ambiental

A Epidemiologia Ambiental aplica dois métodos para compreender as relações entre o meio ambiente e a saúde, a saber:
• Epidemiologia Descritiva – que utiliza o método científico para estudar a distribuição dos riscos e dos efeitos adversos à saúde da população; e
• Epidemiologia analítica – que estuda a relação entre a exposição a um determinado fator e algum efeito adverso à saúde.( como por exemplo exposição ao cheiro liberado pela reação química desencadeada em um acidente ambiental, tendo como consequência a morte de peixes e alteração na coloração do rio.

A Epidemiologia ambiental utiliza informações sobre:

• os fatores de risco existentes (físicos, químicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos ou psicossociais);
• as características especiais do ambiente que interferem no padrão de saúde da população; e
• os efeitos adversos à saúde relacionados à exposição a fatores de risco ambientais.

Os principais fatores de deteriorização dos rios, mares, lagos e oceanos são: poluição e contaminação por produtos químicos e esgotos. O homem tem causado, desde a Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII), todo este prejuízo à natureza, através dos lixos, esgotos, dejetos químicos industriais e mineração sem controle.

A POLUIÇÃO E A VIDA NA ÁGUA

Dentre os prejuízos que a poluição traz aos seres vivos, destacam-se os seus efeitos negativos sobre a comunidade de peixes. No Brasil, os corpos aquáticos têm sofrido com a perda de sua diversidade ictiofaunística devido a mudanças de suas características naturais, principalmente em decorrência do represamento de rios, do desmatamento ciliar e da crescente contaminação das águas.

A poluição provoca a morte de toneladas de peixes, devido, principalmente, à redução do oxigênio dissolvido na água. Essa perda de oxigênio ocorre pela entrada de poluentes procedentes, sobretudo, de esgotos domésticos e industriais, que trazem grande quantidade de matéria orgânica para os sistemas aquáticos, sendo que no processo de decomposição dessa matéria orgânica as bactérias utilizam oxigênio disponível na água.
Infelizmente, o alerta para a população e para órgãos públicos de que os níveis de poluição estão críticos é feito, de modo geral, somente quando se visualizam peixes mortos na superfície da água. Porém, é importante saber que tais situações são evitáveis.

Para isso torna-se necessário considerar os corpos d’água como locais onde existe Vida manifestada das mais variadas formas, que nem sempre são observáveis a olho nu.

Os peixes são fáceis de se ver, entretanto há também diferentes microrganismos que podem ser observados somente ao microscópio, como algas unicelulares, organismos zooplanctônicos, bactérias e fungos. Além disso, diversos nutrientes (elementos químicos absorvidos como alimento por organismos aquáticos) propiciam uma dinâmica importante para a manutenção da vida dos peixes.

Pode-se comparar a dinâmica, o encadeamento, que ocorre no meio aquático ao efeito dominó, aquela brincadeira com as peças do jogo de dominó, em que se colocam uma próximo à outra, e quando a primeira cai, as demais caem seqüencialmente. Assim, quando qualquer substância que não faz parte de um determinado sistema aquático é inserida no ambiente pode ocorrer um efeito “dominó” negativo, ou seja, uma reação em cadeia que provoca desequilíbrio nas interações entre o meio vivo e o não vivo, ocasionando, ao final, a morte de peixes.

Portanto, o conhecimento das relações entre causa e efeito é fundamental para uma “administração ecológica” do meio ambiente sob impacto das atividades humanas, visando à manutenção da vida não só no meio aquático, como em qualquer outro espaço da Natureza.

Aquela frase muito conhecida: “Prevenir é o melhor remédio” pode ser bem usada nas questões do ambiente, ou seja, um conhecimento adequado dos ciclos naturais e uma boa relação entre homem e Natureza ainda é a melhor vacina contra os males ambientais.