Reflexões para estimular e despertar a emancipação do sujeito; contribuindo para construção do conhecimento crítico e científico na temática de saúde, educação e direitos humanos

23 de dez. de 2009

Dengue

O verão acabou de chegar e a dengue já está atancando em Raul, dessa vez a vítima é um pessoa da Vila Barbosa, e de acordo com os sintomas apresentados e o exame laboratorial confirmando plaquetopenia, leva a crer que é realmente dengue, falta apenas o exame sorológico para confirmação, portanto, muito cuidado. A fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro continua com pesquisas importantíssimas e desta vez relata a capacidade do ovo do mosquito transmissor resistir a vários tipos de ambientes e substâncias químicas. Identificados mecanismos ligados à resistência de ovos do 'Aedes aegypti' ao ressecamento A capacidade dos ovos do mosquito Aedes aegypti de permanecer em uma fortaleza por mais de um ano, aguardando por situação ambiental favorável para se desenvolver, é uma vantagem considerável para o mosquito e um grande desafio para o controle da dengue. Ovos de A. aegypti têm grande resistência à dessecação, o que permite que sobrevivam por muitos meses em ambientes secos, esperando pelo início do próximo verão, quando darão origem a novas larvas. Uma pesquisa do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) estudou os mecanismos genéticos e bioquímicos envolvidos nesse processo de impermeabilização e pode servir de base para o desenvolvimento de alternativas para o combate ao principal vetor da dengue. Um desdobramento fundamental da descoberta para a prevenção é muito simples: como os ovos adquirem resistência muito rápido, apenas 15 horas após a postura, isso reforça mais uma vez que a eliminação dos focos é a maneira mais eficaz de combater o vetor da dengue. Pesquisas anteriores já haviam indicado que os ovos de A. aegypti podem permanecer até um ano em condições adversas, sem contato com água, e dar origem a mosquitos, mas os mecanismos por trás desta característica não estavam esclarecidos. “Assim que depositados, os ovos passam a absorver água, aumentam de volume, desenvolvem uma casca escura e rígida e, ainda durante a embriogênese, que dura aproximadamente 60 horas, tornam-se impermeáveis, adquirindo grande resistência em ambientes pouco favoráveis, onde não existe água”, afirma o biomédico Gustavo Rezende, pesquisador visitante do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC. Os ovos se tornam rígidos e escuros em cerca de três horas após a postura. Trabalhos anteriores, realizados no IOC, haviam mostrado que, antes das 15 primeiras horas de embriogênese, os ovos continuam perdendo água se transferidos para ambientes secos - ou seja, continuam permeáveis. “Nossa pesquisa revelou que nesse mesmo intervalo de tempo ocorre uma mudança morfológica nos ovos, com a formação de uma fina membrana, a cutícula serosa, que se desenvolve por baixo da casca envolvendo todo o embrião e provavelmente está relacionada à impermeabilização dos ovos”, conclui o pesquisador, que desenvolve o trabalho desde o doutorado no programa de pós-graduação em biologia molecular e celular do IOC. Para chegar a esse resultado, os pesquisadores aplicaram cloro, material capaz de reagir com proteínas presentes na casca e desmanchá-las, sobre a superfície de ovos em diferentes estágios de desenvolvimento. “Encontramos uma mudança estrutural importante entre os ovos com menos e com mais de 15 horas de embriogênese”, explica o pesquisador. “Aqueles com mais de 15 horas de vida apresentavam a cutícula serosa e mantiveram sua integridade, enquanto os menos desenvolvidos desmancharam-se completamente em poucos minutos em contato com o cloro”. Outra evidência do papel desempenhado pela cutícula serosa foi obtida por meio de testes fisiológicos com ovos do A. aegypti. “Transferimos ovos com pouco menos e pouco mais de 15 horas de desenvolvimento de um ambiente úmido para um seco. Observamos seu comportamento até três dias depois do fim da embriogênese e avaliamos sua viabilidade, colocando-os novamente em contato com a água”, explicou o biomédico. “Enquanto nenhum dos ovos com menos de 15 horas resistiu, todos os outros chegaram incólumes ao fim do teste e se mostraram capazes de produzir larvas”. O novo conhecimento é importante para aperfeiçoar as estratégias de combate ao mosquito. “Estudar a formação dessa cutícula é importante para compreendermos a longa resistência à dessecação apresentada pelos ovos do A. aegypti”, pondera. “Entendendo os mecanismos envolvidos nesse processo, podemos desenvolver produtos e estratégias de combate à dengue voltados especificamente para essa fase do ciclo de vida do mosquito, ainda pouco explorada como iniciativa de controle da doença”. Uma barreira impermeável de quitina e lipídeos Para entender melhor a relação entre cutícula serosa e impermeabilidade do ovo, o estudo analisou a composição bioquímica da membrana. “Nossos testes revelaram que um dos componentes dessa estrutura é a quitina, um polímero de açúcar presente no esqueleto externo dos artrópodes, como insetos e aracnídeos”, conta Gustavo. “Para chegar a esses resultados extraímos a cutícula serosa de ovos do mosquito e a analisamos com marcadores específicos para açúcares que compõem a quitina, além de realizarmos ensaios bioquímicos que quantificaram a presença de quitina nessa estrutura”. O biomédico afirma que o estudo também encontrou evidências genéticas que reforçam a relação entre a produção da cutícula serosa e a impermeabilização dos ovos. A análise genômica da serosa (camada que reveste o embrião e a partir da qual se forma a cutícula serosa), registrou a expressão de genes ligados tanto à produção de quitina quanto de uma classe de lipídeos que possui importante papel em processos de impermeabilização em plantas, animais e artrópodes. Para Gustavo, essa descoberta pode ser importante para o desenvolvimento de novas formas de controle do mosquito transmissor da dengue. “Hoje sabemos quais genes estão relacionados à produção desses lipídeos e que eles também são importantes como impermeabilizantes para o inseto adulto, que vive em ambiente seco”, argumenta. “A partir de estudos como esse, portanto, talvez seja possível desenvolver inibidores para sua atividade, que impeçam a formação dos ovos, permitam sua degradação ou ainda induzam a formação de adultos despreparados para o ambiente seco, levando a sua morte por desidratação”. Gustavo ressalta, no entanto, que a cutícula serosa pode não ser a única responsável pela impermeabilização dos ovos. “Ovos de outros mosquitos que não resistem ao seco passam por processos de formação da cutícula serosa muito similares ao do Aedes aegypti”, pondera o especialista. “Porém, apresentam diferenças no tamanho, na cor escura e na espessura de suas cascas, o que mostra que, além da cutícula serosa, outros fatores podem estar relacionados à impermeabilidade dos ovos”. Fonte: Agência Fiocruz

20 de dez. de 2009

Política

Mas é incrível como as pessoas ainda vêem a política como uma "carreira", uma profissão... Se for isso, teremos sempre um exército de "gestores", o que é uma fraude à democracia. Não existe carreira de político. Existe caminhada de lutas. Você é um estudante, um líder comunitário, um advogado, um médico, um escritor, um artista, um professor, enfim, você é um ser social que se mobiliza, e aí então você passa a fazer política. O caminho contrário, quando alguém que não é nada socialmente ou não representa a nenhum setor social específico se dedica a política, temos uma político "de carreira", ou pior ainda, um carreirista partidário. Não tendo representatividade, passa a representar os interesses que lhe serão úteis para crescer eleitoralmente. Que são sempre alheios aos interesses da democracia. 
Representa quem financiou sua campanha, representa os interesses partidários, representa inclusive corporativamente "os políticos", que passam a ser sua "classe". E assim, passa a representar uma casta social, a dos mercenários da política, que podem tranquilamente abandonar um partido por outro, que podem sem pudor mudar seu domicílio eleitoral ou que podem, como disse recentemente um deputado de nossa ilustrada província, "se lixar na opinião pública". 
 Existem ainda os que entendem que a política é uma extensão do trabalho de assistência social, e pensam que "fazer o bem", ajudar os outros, fazer trabalho voluntário é fazer política... E a maioria das vezes acabam fazendo assistencialismo (que é quando você ajuda sem se preocupar em resolver a raíz do problema) que se transforma em clientelismo quando esses favores são trocados por votos, o que mais se vê por aqui, na nossa cidade, não é verdade? 
Nós fazemos política todos os dias, a política e a participação não é apenas digitar um número numa urna a cada dois anos, ou apenas votar numa instância partidária. Fazemos política contribuindo a desmascarar os falsos mitos que servem de sustentação a democracia representativa que só serve à poucos. Fazemos politica estando junto do povo todos os dias nas suas lutas pelas melhorias de vida, e não apenas nas campanhas eleitorais. Fazemos política lutando contra a indiferença, a resignação, o individualismo e o derrotismo, não somente distribuindo santinhos de papel colorido. E assim, quando a ação partidária se torna eficiente e passamos a estar em sintonia com as pessoas, e nos sentimos capazes de representá-las, é que nos lançamos candidatos. 
E não interessa se ganhamos ou perdemos: interessa se tivemos a capacidade de ser coerentes para representá-las. Temos que criar novos militantes, cada vez mais, de caminhadas coerentes e firmes, para não chegarmos às eleições somando apenas militontos sem nenhuma perspectiva de representar a ninguém, que apenas servem para acumular votos para os que mais tem experiência, dinheiro ou já estão no poder.
A democracia exige a alfabetização política da população, o que nada tem a ver com doutrinação, mas tem tudo a ver com informação, conhecimento, aumento da autonomia e da capacidade crítica de cada um. Separar as águas é uma exigência da democracia. O aumento da abstenção eleitoral, a reduzida participação na vida cultural, cívica e política, o encolher de ombros face ao que nos é comum, são comportamentos correntes de muitos cidadãos. Não é de estranhar que uma maioria crescente da opinião pública vá encolhendo os ombros e dizendo que os políticos são todos iguais, ou, que nada sabem ou nada querem saber de política. 
O poder dominante, para dominar, precisa que predomine o analfabetismo político. Quando o analfabetismo político predomina é natural que tudo pareça igual e seja visto com a mesma indiferença. Por outro lado, a falta de formação permite que a atividade política seja cada vez mais futbolizada. Assim, muitos políticos adoptam o comportamento dos hooligans, defendendo fanaticamente as suas cores e pelo seu lado, os meios de comunicação social preocupam-se apenas em transmitir os resultados das contendas entre adeptos. 
Cabe aos que não fazem parte do coro dos contentes, juntarem-se, criar e fazer soar as melodias da civilização que se pode opor à barbárie. Por isso, meus caros, cultivem-se. Olhem para o que se passa à vossa volta ! Olhem e vejam... Leiam ! Pensem ! Discutam ! Comentem ! Baseado em http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20090212171339AAwaFye e http://vcvesteio.blogspot.com/2009/05/eleicao-politica-ate-quando.html ATÉ QUANDO?

15 de dez. de 2009

Juventude

Hoje em dia muitos jovens encontram sérios problemas , parafraseando a letra da música de Lenine: "Enquanto o tempo Acelera e pede pressa Eu me recuso faço hora Vou na valsa A vida é tão rara... Enquanto todo mundo Espera a cura do mal E a loucura finge Que isso tudo é normal Eu finjo ter paciência... O mundo vai girando Cada vez mais veloz A gente espera do mundo E o mundo espera de nós Um pouco mais de paciência.. É surpreendente como as coisas se desenrolam, ajudam e obrigam cada dia mais a perfeição em menos tempo. O primeiro emprego, estágio é fruto do que buscamos uma herança dessa tal velocidade. A famosa dúvida questionadora do ser humano, desde os primórdios da civilização, antes mesmo de Jesus, sobre nossa identidade, o famoso QUEM SOU EU? OU O QUE SEREI?Não se expressa apenas na teoria histórica dos livros de filosofia, nos acompanha a partir do primeiro dia de vida, uma das maiores expectativas é alem de escolher o curso certo, exercer essa escolha. Chegar a uma universidade sem dúvidas é praticamente ganhar na loteria, são poucos os que não se perguntam pelo menos uma vez, se estão no curso certo, enquanto isso o relógio parece correr mais rápido para o jovem, e as escolhas influenciarem mais ainda no futuro. Além dos horários a cumprir, carga horária de trabalho, muitos se vêem obrigados a executarem funções totalmente contrárias à faculdade que escolheram. Tudo isso para pagar as mensalidades e continuarem em busca de um sonho, estágio ou oportunidade de se encontrar profissionalmente. Sobre os livros, na noite durante as aulas, mais do que almejar o sucesso, um corpo cansado pelos minutos que não foram poucos durante todo um dia. Alguns começam mais cedo do que a própria alvorada. Sem sombra de dúvidas, o jovem sobe todos os dias no ringue, encontra nos segundos um desafio, na maioria das vezes ele obriga a fazermos adaptações. É por isso que o jovem hoje é tão criativo e aprendeu que não consegue vencer o tempo, mas sim usá-lo como uma arma a seu favor. Sem perder nenhum minuto, ele vê na rapidez com que tudo acontece o seu diferencial, que o tempo não perde nunca, pois ele sempre vai estar um passo a nossa frente. Quem não aprendeu a viver com essa ideia, ou não é jovem, ou vai se cansar de perder diariamente. Será que é tempo Que lhe falta prá perceber? Será que temos esse tempo Prá perder? E quem quer saber? A vida é tão rara Tão rara... A vida não pára...

Nepotismo

Escrito por Airton Florentino de Barros 29-Ago-2009 No regime republicano e democrático, a investidura em cargo público só é possível mediante aprovação em concurso público (CF, art.37, II), que garanta amplo acesso a todos os interessados que preencham os requisitos legais (I), com absoluta isonomia (CF, art.5º). Nada impede que parente de agente público também concorra, mas o concurso público pode perder validade se o agente público nomeante, contratante, membro da banca examinadora ou formulador das provas for parente de candidato inscrito. É verdade que, excepcionalmente, permitiu a CF a nomeação de servidores para cargos em comissão ou de confiança, sempre considerado o interesse público, já que, para certas funções, a fidelidade do agente nomeado à ideologia do agente nomeante torna-se fundamental para a concretização das políticas públicas a serem implementadas pelo órgão sob sua jurisdição ou autoridade. É que cada agente político detém parcela fragmentária da soberania estatal e, por isso, para cumprir suas atribuições institucionais, conta naturalmente com prerrogativas de independência. Daí e para a subsistência do regime democrático, não pode o agente político ter a execução de sua ideologia subtraída, reduzida ou desvirtuada em razão da atividade de sua assessoria direta, justamente por divergências ideológicas. A nomeação, entretanto, sempre há de se efetivar para alcançar o interesse público e assegurar a manutenção do regime democrático. O certo é que, em nenhum caso, admitiu a CF a nomeação de parentes dos agentes políticos, até porque as nomeações são consubstanciadas em contratos com a administração pública e sob a contraprestação do erário. O nepotismo é, pois, inadmissível (STF, Súmula vinculante nº13). Em princípio e por presunção, nomear pessoa de confiança, nos casos mencionados, atende ao interesse público. Nomear parente, pelo contrário, atende ao interesse privado do nomeante e do nomeado. Não se pode confundir a contratação de pessoas para cargos de confiança ou em comissão com a nomeação de parentes. A contratação ou nomeação de parentes é um golpe contra o regime republicano adotado pelo Estado brasileiro (CF, art.1º), que exige uma gestão fundada na impessoalidade, pois transforma as coisas públicas numa espécie de propriedade privada. Com a extinção da monarquia, decretou-se o fim do governo hereditário e dos títulos concedidos por liberalidade do governante. Fere o regime democrático (CF, art.1º) e o princípio da igualdade (CF, art.5º) porque converte a administração pública em domínio de grupos familiares ou de compadres, restringindo o livre acesso aos cargos públicos. Afronta o princípio da moralidade, porque propicia o enriquecimento da família do governante em um Estado constituído por uma imensa população de desempregados e miseráveis. Contraria o princípio da eficiência, porque ao invés da escolha recair na pessoa mais qualificada em benefício do interesse público, acaba relevando a incompetência em nome da relação consangüínea ou de afinidade, em prejuízo do Estado. Por tudo isso, ofende, sobretudo, o princípio da legalidade (CF, art.37). A verdade é que os governantes não querem se submeter à ordem jurídica no que se refere à contratação de pessoas e empresas. Querem contratar amigos, parentes e cabos eleitorais. Por isso recusam teimosamente a aplicação dos princípios do concurso público, inclusive no âmbito das licitações. Essa ilicitude, a propósito, vem se transformando num instrumento da corrupção que desmontou completamente o Estado brasileiro, hoje ausente em todas as funções próprias da administração pública. Se a prática do nepotismo no serviço público afronta aos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência, caracteriza, por conseqüência, ato de improbidade, que pode acarretar ao agente responsável a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos, sem prejuízo do ressarcimento dos danos (CF, art.37, §4º; Lei 8.429/92, arts.11 e 12, III). Airton Florentino de Barros é Procurador de Justiça e integrante fundador do Ministério Público Democrático. Retirado do site: http://www.correiocidadania.com.br/content/view/3691/56/

Tempo

"Aprendi Que o Tempo Cura, Que Mágoa Passa, Que Decepção Não Mata, Que os Verdadeiros Sentimentos Permanecem!"""Compreendi que para ser feliz basta querer... Aprendi que o tempo cura, Que a mágoa passa, Que a decepção não mata, Que o hoje é reflexo de ontem... Compreendi que podemos chorar sem derramar lágrimas, Que os verdadeiros amigos permanecem, Que a dor fortalece, Que vencer engrandece... Aprendi que sonhar não é fantasiar, Que a beleza não está no que vemos e sim no que sentimos, Que o valor está na conquista... Compreendi que as palavras têm força, Que fazer é melhor do que falar, Que o olhar não mente, Que viver é aprender com os erros... Aprendi que tudo depende da vontade... Que o melhor é ser nós mesmos... Que o segredo da vida é VIVER!!!"

12 de dez. de 2009

Gestão extratégica

Qualquer que seja a instituição, pública ou privada, tem exigido dos seus funcionários ou colaboradores ações e atitudes inovadoras que produzam as mudanças necessárias ou muitas vezes, sonhadas, por que não? Entretanto, nesse sentido, o campo das ideias é sempre mais fértil que o campo das ações. É exatamente no ponto distal entre ideia e ação se faz necessária a presença da gestão, quer seja pública ou privada. Cabe ao gestor a difícil tarefa envolvendo as análises, reflexões e contextualização desses princípios, visando reduzir a distância idéia-ação criando o espaço ideal para as mudanças necessárias. Embora seja tarefa difícil porém não impossível, exige do gestor muito estudo e conhecimento para tais situações aconteçam, tendo em vista a resistência das pessoas às mudanças. Para isso, alguns princípios devem ser analisados pelo gestor interessado no assunto, tais como: 1- Visão: Conhecer muito bem o terreno em que pisa, seu passado, os indicadores relevantes sobre o problema e a mudanças a serem implementadas para chegar onde quer. 2- Habilidades Ter clareza e condições técnicas para criar uma equipe que dê conta de elaborar e implementar um projeto e um plano dotado de todas as etapas necessárias às mudanças pretendidas. 3- Incentivos Processos complexos de mudanças requerem incentivos adequados. É necessário motivar todos que estão envolvidos e que poderão influenciar no ritmo do processo de mudança. Promover um ambiente incentivador é característica dos grandes lideres. A falta de incentivos provoca lentidão da mudança. 4 - Recursos Toda mudança exige recursos. Caso contrário corre-se o risco de ficar no campo das idéias. Os recursos podem ser humanos, tecnológicos ou financeiros. “De nada adianta termos visão do que queremos, termos as habilidades necessárias para promover as mudanças, estarmos altamente incentivados, mas nos faltarem os recursos necessários. Entrar em processo de mudança sem ter os recursos necessários gera frustração e impede o alcance do objetivo.” 5- Plano de Ações Se pequenas mudanças exigem minimamente um plano, as mudanças mais complexas exigem um Planejamento mais cuidadoso, bem elaborado e bem executado. Um Plano de Ações implica em detalhar todas as fases da mudança, elaborar um cronograma, estabelecer metas mensuráveis, acompanhamento e avaliação. Sem um bom plano, corre-se o risco de desperdiçar tempo e não chegar a lugar nenhum. RESUMO: 1-VISÃO + HABILIDADES + INCENTIVOS + RECURSOS + PLANO DE AÇÕES = MUDANÇA 2-FALTA DE VISÃO+ HABILIDADES + INCENTIVOS + RECURSOS + PLANO DE AÇÕES = CONFUSÃO. 3-VISÃO + FALTA DE HABILIDADES + INCENTIVOS + RECURSOS + PLANO DE AÇÕES = ANSIEDADE 4-VISÃO + HABILIDADES + FALTA DE INCENTIVOS + RECURSOS + PLANO DE AÇÕES = LENTIDÃO 5-VISÃO + HABILIDADES + INCENTIVOS + FALTA DE RECURSOS + PLANO DE AÇÕES = FRUSTRAÇÃO 6-VISÃO + HABILIDADES + INCENTIVOS + RECURSOS + FALTA DE PLANO AÇÕES = FALSO COMEÇO

11 de dez. de 2009

Reflexão sobre ética na atualidade

A palavra ética aparece em muitos contextos de nossas vidas. Falamos sobre ética em tom de clamor por salvação. Cheios de esperança, alguns com certa empáfia, exigimos ou reclamamos da falta de ética, mas não sabemos exatamente o que queremos dizer com isso. Há um desejo de ética, mas mesmo em relação a ele não conseguimos avançar com ética. Este é nosso primeiro grande problema. O que falta na abordagem sobre ética é justamente o que nos levaria a sermos éticos. Falta reflexão, falta pensamento crítico, falta entender “o que é” agir e “como” se deve agir. Com tais perguntas é que a ética inicia. Para que ela inicie é preciso sair da mera indignação moral baseada em emoções passageiras, que tantos acham magnífico expor, e chegar à reflexão ética. Aqueles que expõem suas emoções se mostram como pessoas sensíveis, bondosas, crêem-se como antecipadamente éticos porque emotivos. Porém, não basta. As emoções em relação à política, à miséria ou à violência, passam e tudo continua como antes. A passagem das emoções indignadas para a elaboração de uma sensibilidade elaborada que possa sustentar a ação boa e justa - o foco de qualquer ética desde sempre - é o que está em jogo. Falta, para isso, entendimento. Ou seja, compreensão de um sentido comum na nossa reivindicação pela ética. Falta para se chegar a isso, que haja diálogo, ou seja, capacidade de expor e de ouvir o que a ética pode ser. Clamamos pela ética, mas não sabemos conversar. E para que haja ética é preciso diálogo. E por isso, permanecemos num círculo vicioso em que só a inação e a ignorância triunfam. Na inanição intelectual em voga, esperamos que os cultos, os intelectuais, os professores, os jornalistas, todos os que constroem a opinião pública, tragam respostas. Nem estes podem ajudar muito, pois desconhecem ou evitam a profundidade da questão. Há, neste contexto, quem pense que ser corrupto não exclui a ética. E isso não é opinião de ignorantes que não freqüentaram escola alguma, mas de muitos ditos “cultos” e “inteligentes”. Quem hoje se preocupa em entender do que se trata? Quem se preocupa em não cair na contradição entre teoria e prática? Em discutir ética para além dos códigos de ética das profissões pensando-a como princípio que deve reger nossas relações? Exatamente pela falta de compreensão do seu fundamento, do que significa a ética como elemento estrutural para cada um como pessoa e para a sociedade como um todo, é que perdemos de vista a possibilidade de uma realização da ética. A ética não entra em nossas vidas porque nem bem sabemos o que deveria entrar. Nem sabemos como. Mas quando perguntamos pela ética, em geral, é pelo “como fazemos para sermos éticos”, que tudo começa. Aí começa também o erro em relação à ética. Pois ético é o que ultrapassa o mero uso que podemos fazer da própria ética quando se trata de sobreviver. Ética é o que diz respeito ao modo de nos comportamos e decidirmos nosso convívio e o modo como partilhamos valores e a própria liberdade. Ela é o sentido da convivência, mais do que o já tão importante respeito do limite próprio e alheio. Portanto, desde que ela diz respeito à relação entre um “eu” e um “tu”, ela envolve pensar o outro, o seu lugar, sua vida, sua potencialidade, seus direitos, como eu o vejo e como posso defendê-lo. A Ética permanece, porém, sendo uma palavra vã, que usamos a esmo, sem pensar no conteúdo que ela carrega. Ninguém é ético só porque quer parecer ético. Ninguém é ético porque discorda do que se faz contra a ética. Só é ético aquele que enfrenta o limite da própria ação, da racionalidade que a sustenta e luta pela construção de uma sensibilidade que possa dar sentido à felicidade. Mas esta é mais do que satisfação na vida privada. A felicidade de que se trata é a “felicidade política”, ou seja, a vida justa e boa no universo público. A ética quando surgiu na antiguidade tinha este ideal. A felicidade na vida privada – que hoje também se tornou debate em torno do qual cresce a ignorância - depende disso. Por isso, antes de mais nada, a urgência que se tornou essencial hoje – e que por isso mesmo, por ser essencial, muitos não percebem – é tratar a ética como uma trabalho da lucidez quanto ao que estamos fazendo com nosso presente, mas sobretudo, com o que nele se planta e define o rumo futuro. Para isso é preciso renovar nossa capacidade de diálogo e propor um novo projeto de sociedade no qual o bem de todos esteja realmente em vista. Marcia Tiburi * Publicado no Jornal O Estado de Minas, Domingo, 22 de abril de 2007 Retirado do Blog:http://omundocomoelee.blogspot.com/2009/12/o-que-e-etica-hoje.html Reflexão importante que se reflete diretamente no nosso cotidiano.Nem o ético nem o moral são totalmente justos, e também não ético nem moral julgar o que é justo ou injusto.Cabe a cada um saber lidar com seus próprios atos e resistir as consequências dos fins conseguindo juntamente com as leis e regras sociais manter um bom lugar para se viver.