Reflexões para estimular e despertar a emancipação do sujeito; contribuindo para construção do conhecimento crítico e científico na temática de saúde, educação e direitos humanos

29 de dez. de 2009

Política

Um tema sempre em pauta é a política. De onde vem o termo? Nada menos que do Grego Antigo, onde cidade era designada pela palavra “pólis”. No termo “pólis” está velado não somente a compreensão de cidade, mas de “democracia” e bem comum. Junto à “polis”, surge na Grécia, o “nômos” que nada mais é do que a regra para o bem viver, ou seja a lei, que muitas vezes se apresenta como ética. Assim, política era a capacidade de fusão entre a “pólis” e o “nômos”. Assim, os cidadãos, membros da “pólis”, discutiam, na praça pública, o que era ideal para o bem viver. Todos os cidadãos se colocavam no direito de falar e ouvir, podendo intervir e discutir o mérito de cada uma das questões apresentadas. Nesse caso a ética, aqui “nômos”, era a delimitadora da discussão. Aquilo que se apresentava como “democracia” foi tomando um corpo e na medida em que crescia o número dos cidadãos foi sendo necessária à criação de uma administração representativa, não mais tão participativa. Deste modo, surgem os representantes, devidamente eleitos pelos cidadãos, que tomavam postos de confiança e dirigiam a “pólis” para o bem comum. Quando iam escolher os representantes, primeiro indicavam “candidatos”, dos quais eram escolhidos os dirigentes. O candidato era aquele homem que se colocava “em vestes cândidas”, ou seja, que se apresentava à população tal como ele era, sem trapaças ou mentiras, se colocava de branco. Depois, seu passado era colocado para todos os cidadãos, que tendo ouvido tudo, escolhiam os representantes. Este era o ideal da política, todos os cidadãos se faziam “politikós”, ou seja participantes ativos das decisões e escolhas da “pólis”. A melhor palavra para designar o termo política seria em português “CIDADANIA”. Pois, ser político era simplesmente ser cidadão. Ser realmente o que se é na cidade, vivendo de tal modo que tudo diz respeito a todos. Onde qualquer movimento ou escolha altera toda constituição do universo. Então, política é mais do que uma mera câmara de vereadores ou deputados, do que uma representação executiva. Política está na essência do ser humano. Mas não como luta pelo poder, e sim como luta pelo bem de todos. Infelizmente, o homem moderno não compreende o que é bem comum, e tem a necessidade de enfatizar o bem pessoal. Dessarte, em tudo que faz tende a dizer: “Fui eu quem fiz”, revelando que mais importante que o feito é quem fez. Assim, em cada obra construída pela decadente política, se planta uma placa, mais imponente que a obra e, às vezes, mais cara que a mesma, para que ali conste seu idealizador. Essa é a decadência da política. Ou seja, um ideal de bem comum deixa seu prumo correto e se desvirtua assumindo uma nova modalidade. Não mais em vista do bem de todos, mas sim da vontade pessoal. Quando dizemos decadência, imaginamos uma música que sai de sua “cadência”, então sua harmonia se torna horrível, sua melodia ridícula e seu ritmo descompassado.

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