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31 de out. de 2021
Convite
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5 de nov. de 2017
Leishmaniose
Leishmaniose aumenta no Leste de Minas Gerais
A Leishmaniose Tegumentar (LT) é uma doença
primária de animais que pode ser transmitida aos humanos (antropozoonoses); é
uma doença reemergente, infecciosa, não contagiosa, com baixa letalidade, mas é
considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma das seis mais
importantes doenças infecciosas, pelo seu alto coeficiente de detecção e capacidade
de produzir deformidades.
O fator determinante à manutenção destes insetos nos abrigos é a umidade, que está presente em anexos de animais domésticos (canil, galinheiro, chiqueiro, curral) e até paredes externas e internas de domicílio, troncos de árvores, tocas de tatu, folhas caídas no solo, grutas, fendas nas rochas. O desmatamento, esgotamento sanitário a céu aberto, lixões e outros poluentes são fatores que apresentam condições favoráveis para proliferação vetorial.
Como se
pega Leishmaniose Tegumentar?
Imagens google "leishmaniose tegumentar" |
A transmissão é vetorial, pela picada de insetos
denominados flebotomíneos, pertencentes ao gênero Lutzomyia, conhecidos
popularmente, dependendo da localização geográfica, como mosquito palha,
tatuquira, birigui, entre outros.
As espécies de flebotomíneos (mosquito palha) são
insetos dípteros, psychodídeos, de pequeno porte, corpo piloso, delgado e
diferem-se dos demais dípteros por desenvolverem todo seu estágio larvário em
matéria orgânica contida no solo e não em água.
O fator determinante à manutenção destes insetos nos abrigos é a umidade, que está presente em anexos de animais domésticos (canil, galinheiro, chiqueiro, curral) e até paredes externas e internas de domicílio, troncos de árvores, tocas de tatu, folhas caídas no solo, grutas, fendas nas rochas. O desmatamento, esgotamento sanitário a céu aberto, lixões e outros poluentes são fatores que apresentam condições favoráveis para proliferação vetorial.
Desafios
para o controle
Vale
ressaltar que a vigilância entomológica visa identificar a dispersão espacial e
temporal das populações de flebotomíneos, a vigilância entomológica é uma ação essencial
para delimitar áreas vulneráveis ou propícias à transmissão da leishmaniose e
para uma melhor compreensão da ecoepidemiologia do vetor. Os flebotomineos podem
ser encontrados em regiões frias e quentes, altas e baixas, úmidas e secas, o
que os caracterizam como espécies com enorme capacidade de adaptação e transforma
o seu controle em um grande desafio para as secretarias de saúde.
Como se alimentam e reproduzem
As fêmeas
e machos se alimentam de seiva de plantas, como por exemplo bananeiras, mas para
maturação ovariana as fêmeas precisam de uma dieta sanguínea e assim prosseguir
com a oviposição e manutenção do ciclo vital.
Quem são as vítimas dos mosquitos (vetores)?
Os hospedeiros naturais são roedores, mamíferos,
edentados (tatu, tamanduá, preguiça), marsupiais (gambás) e primatas. Os
animais domésticos, cão e gato, assim como o homem são considerados hospedeiros
acidentais.
Mudanças
no perfil ecoepidemiologico
Os diversos impactos ambientais, causados seja por ações
antrópicas, desmatamento, monoculturas e incêndios certamente tem contribuído fortemente
para alterações ambientais, causando desequilíbrio ecológico, o que consequentemente
resulta no surgimento de novo perfil epidemiológico da leishmaniose no Leste de
Minas Gerais.
Casos de
LT no Leste de Minas
Imagens google "leishmaniose tegumentar" |
O número de casos de leishmaniose registrados nos
municípios que compõe a região de saúde do vale do aço, aumentaram
consideravelmente. Quando se compara o total de casos registrados no ano de
2016 com a média de casos do período de 2013 a 2015, o ano de 2016 apresenta
2,27 vezes mais casos que a média do período de 2013 a 2015 e quando levantado o
número de casos registrados em 2017 constata-se que já ultrapassam o número de
casos registrados em 2016. É válido também observar que embora no estado de Minas Gerais, o número de casos vem diminuindo, em nossa região o número de casos tem aumentado, contrariando o movimento percebido no estado como um todo.
Cenário
Epidemiológico Regional
Caratinga, Inhapim, Piedade de Caratinga,
Ubaporanga e Timóteo, são municípios que apresentam o maior número de casos
registrados, até o momento, o que os coloca em uma condição crítica, classificada
como de muito alto risco, esta condição coloca estes municípios em situação de
alerta contínuo, pois significa que o risco de se adquirir leishmaniose nestes
municípios é alto.
Deve-se reforçar que embora o município receba esta
classificação, tem - se observado que existem municípios que tem apresentado
surtos de Lt, em localidades específicas, o que significa que a dispersão
vetorial não está na extensão geográfica do município como um todo.
Considerando a sazonalidade, os meses de maior
ocorrência se concentram de outubro a março, justamente o período chuvoso onde a umidade aumenta, o que
propicia a reprodução vetorial, conforme afirmam pesquisadores.
O gráfico abaixo apresenta uma série histórica do total de casos ocorridos em um intervalo de 10 anos nos 35 municípios que compõe o território de saúde de circunscrição da Superintendência Regional de Saúde de Coronel Fabriciano e uma linha de tendência ascendente, que demonstra a necessidade de intervenção, fortalecimento de ações de controle, medidas preventivas, para que os casos diminuam, caso contrário, a tendência é só aumentar.
O gráfico abaixo apresenta uma série histórica do total de casos ocorridos em um intervalo de 10 anos nos 35 municípios que compõe o território de saúde de circunscrição da Superintendência Regional de Saúde de Coronel Fabriciano e uma linha de tendência ascendente, que demonstra a necessidade de intervenção, fortalecimento de ações de controle, medidas preventivas, para que os casos diminuam, caso contrário, a tendência é só aumentar.
Fonte: SINAN-AGO/2017 |
E agora,
como prevenir, como proteger minha família?
As
recomendações para se evitar os riscos de transmissão, possuem caráter de
proteção individuail e/ou coletiva e estão descritas no manual de vigilância da
leishmaniose tegumentar atualizado em 2017 pelo ministério da saúde.
Recomendação
como usar repelentes quando exposto a ambientes onde os vetores habitualmente
possam ser encontrados, evitar a exposição nos horários de atividades do vetor
(crepúsculo e noite), uso de mosquiteiros de malha fina (tamanho da malha 1.2 a
1.5 e denier 40 a 100), bem como a telagem de portas e janelas, manejo
ambiental por meio de limpeza de quintais e terrenos, a fim de alterar as
condições do meio que propiciem o estabelecimento de criadouros para formas
imaturas do vetor, poda de árvores, de modo a aumentar a insolação, a fim de
diminuir o sombreamento do solo e evitar as condições favoráveis (temperatura e
umidade) ao desenvolvimento de larvas de flebotomineos, destino adequado do
lixo orgânico, a fim de impedir a aproximação de mamíferos comensais, como
marsupiais e roedores, prováveis fontes de infecção para os flebotomineos, limpeza
periódica dos abrigos de animais domésticos, manutenção de animais domésticos
distantes do intradomicílio durante a noite, de modo a reduzir a atração dos flebotomineos
para este ambiente, são ações preventivas que diminuem o risco de transmissão
para a população.
Rerências:
Bastos,
Thiago Souza Azeredo. Espécies de flebotomíneos e ecoepidemiologia na cidade de Goiás - GO, Brasil [manuscrito] / Thiago
Souza Azeredo Bastos - 2014. Disponível em: Acesso em: 05 de novembro de 2017.
Monteiro,
Joesio Barbosa e Santos, Marcos Vanier dos. Influência no comportamento de
dispersão de flebotomíneos vetores da leishmaniose visceral no semiárido da
divisa entre Bahia e Sergipe: uma abordagem holística. Disponível em:
Acesso em: 05 de novembro de 2017.
Brasil.
Ministério da Saúde. Manual de vigilância da leishmaniose tegumentar [recurso
eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília : Ministério
da Saúde, 2017. 189 p. : il. Disponível em: Acesso
em: 05 de novembro de 2017.
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