Reflexões para estimular e despertar a emancipação do sujeito; contribuindo para construção do conhecimento crítico e científico na temática de saúde, educação e direitos humanos

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2 de out. de 2020

Hanseníase

Webnário - Tratamento da Hanseníase na Região Centro – Oeste 


O Ministério da Saúde vai realizar no dia 08 de outubro de 2020 às 9 horas  o Webinário: 

"Tratamento da Hanseníase na Região Centro – Oeste, o objetivo é discutir casos referente ao tratamento de hanseníase

Como participar do evento?

É só clicar neste link: http://mediacenter.aids.gov.br/

Tem como público alvo profissionais de saúde, gestores e todos aqueles que tenham interesse no tema.

Você é profissional de saúde? Não perca esta oportunidade! Se você não for profissional de saúde mas deseja conhecer um pouco mais sobre esta doença milenar participe conosco.


30 de set. de 2020

Tuberculose

Enfrentar a Tuberculose no Distrito Federal

O Brasil está entre os 30 países de alta carga para Tuberculose, considerado prioritário pela Organização Mundial de Saúde para o controle da doença no mundo. A tuberculose é um importante problema de saúde pública, que afeta principalmente a população em condições de vulnerabilidade. É curável em aproximadamente 100% dos casos, desde que o tratamento seja iniciado e finalizado, sem desistência do paciente antes da finalização do esquema terapêutico.


Para enfrentar a tuberculose no Distrito Federal, foi elaborado o Plano de Enfrentamento da Tuberculose e agora encontra-se disponível para consulta pública. O Plano tem como compromisso e objetivo reduzir a ocorrência de tuberculose no Distrito Federal para menos de 10 casos para cada 100 mil habitantes. 

Diante deste desafio, as metas e estratégias do Plano de Enfrentamento da Tuberculose ratificam o compromisso da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, com a política Nacional e Global, expressa no Plano Nacional até 2035.

A implementação do Plano de Enfrentamento da Tuberculose no Distrito Federal, exigirá que as Regiões de Saúde avancem, para além do alcance das metas operacionais, desenvolvam e monitorem as ações correspondentes aos pilares estruturais contemplados no Plano: prevenção e cuidado integrado centrados na pessoa com tuberculose, políticas arrojadas e sistema de apoio e intensificação da pesquisa e inovação.

Período da consulta: 30 de setembro à 18 de outubro de 2020.

Clique aqui para conhecer o plano: Plano de Enfrentamento da Tuberculose no Distrito Federal e Pilares

Clique aqui: Consulta Pública do Plano de Enfrentamento da Tuberculose

Segue o link da matéria na íntegra do site da SESDF 

Plano de Enfrentamento da Tuberculose no Distrito Federal

5 de jan. de 2020

Ética na atualidade


Embora não seja um pensador legitimado do campo da ética, gostaria de expor apartir de um texto, já publicado neste blog anteriormente, da autora Márcia Tiburi, sobre a ética no mundo contemporâneo. Tomo a liberdade de me basear no texto da autora e reescrevê-lo com as minhas inquietações, portanto não se trata de uma cópia, mas baseando-me em sua dissertação ouso expressar algo que tem me incomodado muito, da mesma forma, se não te incomoda pode ser que apartir destas reflexões te levem a compreender e ampliar sua visão sobre algo que enraigado no tecido social, nos permite refletir sobre as relações humanas.
A palavra ética aparece em muitos contextos de nossas vidas.  Fala-se sobre ética em tom de clamor por salvação. A esperança externalizada por alguns, reafirma, exige ou reclama sobre a falta de ética, mas nem sempre é possível o entendimento sobre o que se quer dizer, ao se gritar e reclamar da falta de ética presente no mundo contemporâneo.

Porque se exige a ética do outro? Porque se deseja tanto a ética? Baseado nestas exigências ou neste desejo o que se avançou?


A sociedade está vivendo uma dualidade entre a aspiração, o desejo pela ética e sua aplicabilidade nas relações humanas, profissionais, religiosas, políticas etc. Percebe-se que há um abismo entre o desejo e o ato de ser ou tornar-se ético. Desenvolver reflexões, pensamento crítico, postura desalienante, pró ativa, que busque não a verdade da fé ou do conhecimento do senso comum.
Desvendar esta dinâmica do comportamento individual e suas interfaces requer o entendimento sobre o que é agir com e sem ética e como mergulhar-se em ações éticas, não na ceara global, da política internacional, nacional, mas aquela ética que permeia o convívio social, seja de grupos de trabalho, condomínio, igreja, escola e diversos outros.
Observa-se nas redes sociais, diversas manifestações hora de repúdio, hora de apoio a este ou aquele ataque terrorista, a este ou aquele movimento, conforme agenda e circunstância, mas a ética que invoco nestas linhas está além da mera indignação moral motivada por emoções instantâneas, que tantos acham magnífico compartilhar, publicar, twittar. O ato de expressar seu pensamento, sua emoção, vai além da publicação em si, demonstra o quão sensível ou insensível é aquele que compartilha um post, publica ou twitta.
Mas uma indignação de rede social, não basta! Emoções fortuitas em relação à política, a religião, a desastres, à miséria ou à violência passam, até o próximo fenômeno chegar e efervescer nova comoção social e então tudo continua como dantes.

O próximo passo deve ser dado, persistir na indignação e comoção e resignificá-la, de modo que emoções indignadas se transformem em sensibilidade elaborada, que sustente ações boas e justas (objetivo de qualquer ética).


O que é preciso para que a sociedade se aproprie deste conceito ou compreenda o sentido comum da reivindicação ética, ainda não é conhecido, mas percebe-se que, falta a esta sociedade capitalista o diálogo, a capacidade de expor e ouvir o que pode ser ética.
Desejar a ética, mas sem diálogo é impossível, como resultado tem-se o que hoje se considera como o triunfo da ignorância e intolerância, legitimado apartir do politicamente correto, consagrado nas redes pelas fakenews.
O culto propagado ao não intelectualismo, tem levado o pensamento coletivo a cultuar a irracionalidade, a desvalorização da ciência, mas me pergunto:

— Quem está preocupado no cenário atual a entender do que se trata? Que fenômeno mais desumano é este que domina o pensamento coletivo? Alguém está preocupado em discutir ética para além dos códigos de ética profissional?


A sociedade brasileira, com toda a sua construção coletiva, tem a ética como princípio além de um mero parágrafo garantido na constituição?
Por não compreender o que fundamenta a ética, seu significado estrutural para cada sujeito e para a sociedade como um todo, perde-se no horizonte a possibilidade de realização.
A ética não é uma escolha de vida, a todo momento deixa-se a ética bailar pela vida, pois se quer se sabe que ela está a bater e até mesmo dançar em nossa porta existencial; mas se ainda assim você se pergunta ou suscita no fundo de sua existência o que fazer para ser ético, está cometendo também um erro, pois ser ético não é uma mera condição ou um momento, torna-se um exercício, um modo de comportamento, de decisão sobre o convívio e o modo de compartilhar valores, a liberdade e a própria existência.
A ética pauta e dá sentido à convivência e supera o já conhecido e importante respeito ao limite próprio e alheio. Como a ética diz respeito à relação entre um “eu” e um “tu”, ela envolve pensar o outro, o seu lugar, o seu lugar de fala, sua vida, sua potencialidade, seus direitos, como eu o vejo e como posso defendê-lo.

Portanto só é ético aquele que enfrenta o limite da própria ação, da racionalidade que a sustenta e da luta pela construção de uma sensibilidade que possa dar sentido à “felicidade política”, ou seja, uma vida justa e boa no universo público.


A felicidade na vida privada – que hoje também se tornou debate em torno do qual cresce a ignorância, depende de uma compreensão ética de mundo.
O que o mundo, a América Latina e mais especificamente o Brasil está vivendo, requer um resgate de ressignificação ética como um trabalho de lucidez, quanto ao que está se fazendo com o presente, sobretudo, com o que nele está sendo plantado, pois novos rumos estão sendo definidos para o futuro.
A renovação da capacidade de diálogo e retomada de um projeto de sociedade no qual o bem de todos esteja realmente em vista deveria ser a agenda do dia.

*Texto baseado em Márcia Tiburi. Publicado no Jornal O Estado de Minas, Domingo, 22 de abril de 2007 Retirado do Blog:http://omundocomoelee.blogs pot.com/2009/12/o-que-e-etica-hoje.html
https://fabianoenfermeiro.blogspot.com/2009/12/reflexao-sobre-etica-na-atualidade.html

4 de jan. de 2018

Febre amarela

Febre amarela em Minas Gerais


Nas aulas de educação artística aprendi que o amarelo é uma cor primária, mas em janeiro de 2017, o que presenciamos no município de Caratinga-MG, foi muito mais que uma pigmentação, uma situação alarmante que beirava o desespero de quem não sabia o porque e nem como aquilo estava acontecendo; pessoas eram acometidas por uma coloração que destruía os órgãos internos (fígado principalmente) fazendo sangrar pela gengiva, nariz, ouvido, poros e aterrorizava pela forma agressiva de se manifestar. Para nós profissionais de saúde, estávamos lhe dando com um vírus mortal, que já havia exterminado grande quantidade de pessoas, no Brasil até 1942, considerado como o maior surto de Febre Amarela do século. Em Minas Gerais, o último caso humano autóctone (quando a doença é contraída dentro do estado) de febre amarela silvestre, ocorreu em 2009; de acordo com o último boletim epidemiológico, emitido em 05 de janeiro de 2018. 

No período de 2016/2017 foi registrado um dos eventos mais expressivos da história da Febre Amarela no Brasil. A dispersão do vírus alcançou a costa leste brasileira, na região do bioma Mata Atlântica, que abriga uma ampla diversidade de primatas não humanos e de potenciais vetores silvestres e onde o vírus não era registrado há décadas. Na região Leste do Estado de Minas Gerais, especificamente Caratinga e região a perda de vidas humanas e silvestre foi grande, em relação a primatas não humanos incontável.

Presenciar a reemergência de uma doença após 75 anos, com acometimento de um número grande de pessoas; além de ser um fato histórico, nos colocava diretamente com o sofrimento humano, a luta pela sobrevivência, o envolvimento emocional dos familiares, a persistência incessante de diversos profissionais tendo que lhe dar diretamente com situações extremas, articulando e planejando todos os tipos de assistência necessários. Experimentamos a construção de trabalhos ininterruptos que atravessavam a madrugada, convivendo com a pressão da mídia e mobilização social por informações, além do estresse, fadiga, conflitos de relacionamento interpessoal, distância de familiares, amigos e exposição a riscos imensuráveis.

Para a Saúde Pública uma mudança de paradigmas, novas reformulações, reelaboração de protocolos, alerta para a circulação de vírus por regiões até então sem registros recentes. Diversos eram os questionamentos, poderia ser um vírus mutante? Desastres ambientais de grande proporção em Minas Gerais contribuíram para esta reemergência?

Grandes e irreparáveis foram os danos, vidas humanas e silvestres foram perdidas, tendo como consequência o desequilíbrio para o ecossistema, além de danos econômicos, emocionais e da visibilidade internacional. Estima-se que milhares de macacos tenham morrido inclusive espécies podem ter se extinguido, antes mesmo de serem conhecidas e estudadas.
Epizootias em Primatas Não Humanos (macacos), confirmadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, detectadas recentemente nas mesmas áreas afetadas no surto recente de 2016/2017, indicam a manutenção da transmissão local e do risco as populações humanas.

A maneira de prevenir, este mal amarelo, esteve sempre à disposição na unidade de saúde mais próxima, embora nem sempre dava-se importância para algo que não representava uma ameaça. O  que presenciamos nos dias seguintes a confirmação de casos de febre amarela foi aterrorizante: filas intermináveis, população dormindo em postos de saúde, todos queriam a vacina; alguns desavisados acreditavam que uma dose não bastava e faziam uma verdadeira via sacra pelos postos para tomarem outra, pensando que assim poderiam garantir “uma proteção maior”, não sabendo que o risco de desenvolver a doença pelo  excesso é tão grande quanto o risco de adquirir se não tomar

Fonte: Acervo autor
Depois de tudo será que hoje todo mundo guardou o cartão com a dose registrada que tomou? Na hora de comprovar que está vacinado você tem o cartão? Se não tem providencie, pois você pode precisar dele quando menos esperar e pode ter certeza você vai precisar!
Afinal, o amarelo que deve prevalecer é o impregnado pelos carotenoides, o que embeleza a natureza pelas flores e frutos ou o que todos nós conhecemos, seja no losango da nossa bandeira ou a camisa nº1 da Seleção Brasileira de Futebol.

Fonte: Acervo autor
 Veja o vídeo dos bastidores da investigação de epizootias de primatas não humanos na emergência da febre amarela em 2017.