Reflexões para estimular e despertar a emancipação do sujeito; contribuindo para construção do conhecimento crítico e científico na temática de saúde, educação e direitos humanos

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4 de abr. de 2021

Enfermagem

 Profissionalização da enfermagem: percepções da prática docente


Ao final do curso de Licenciatura em Educação Profissional e Tecnológica, ofertado pelo Instituto Federal de Brasília, no Campus Samambaia, foi desenvolvido apartir do relato de experiência da disciplina de estágio supervisionado. 


Destaca o desafio da profissionalização docente, de bacharéis em enfermagem, para cursos técnicos em enfermagem, como instrumento de fortalecimento do Sistema Único de Saúde, parte do questionamento sobre quais oportunidades e desafios que a formação docente, ofertada na Licenciatura em Educação Profissional e Tecnológica do Instituto Federal de Brasília, Campus Samambaia, possibilita à bacharéis em enfermagem, que atuam na docência em cursos técnicos, como possibilidade de fortalecimento do Sistema Único de Saúde. 



Para fundamentar os argumentos sobre a perspectiva de formação humana crítica e emancipadora, faz um resgate da história, criação e estruturação da enfermagem brasileira, destaca a necessidade da formação pedagógica docente de enfermeiros e enfermeiras e estabelece uma tríade de conhecimentos didático pedagógico, técnico científico e sanitário, considerada como ferramenta para romper a lógica de formação fragmentada.

5 de jan. de 2020

Ética na atualidade


Embora não seja um pensador legitimado do campo da ética, gostaria de expor apartir de um texto, já publicado neste blog anteriormente, da autora Márcia Tiburi, sobre a ética no mundo contemporâneo. Tomo a liberdade de me basear no texto da autora e reescrevê-lo com as minhas inquietações, portanto não se trata de uma cópia, mas baseando-me em sua dissertação ouso expressar algo que tem me incomodado muito, da mesma forma, se não te incomoda pode ser que apartir destas reflexões te levem a compreender e ampliar sua visão sobre algo que enraigado no tecido social, nos permite refletir sobre as relações humanas.
A palavra ética aparece em muitos contextos de nossas vidas.  Fala-se sobre ética em tom de clamor por salvação. A esperança externalizada por alguns, reafirma, exige ou reclama sobre a falta de ética, mas nem sempre é possível o entendimento sobre o que se quer dizer, ao se gritar e reclamar da falta de ética presente no mundo contemporâneo.

Porque se exige a ética do outro? Porque se deseja tanto a ética? Baseado nestas exigências ou neste desejo o que se avançou?


A sociedade está vivendo uma dualidade entre a aspiração, o desejo pela ética e sua aplicabilidade nas relações humanas, profissionais, religiosas, políticas etc. Percebe-se que há um abismo entre o desejo e o ato de ser ou tornar-se ético. Desenvolver reflexões, pensamento crítico, postura desalienante, pró ativa, que busque não a verdade da fé ou do conhecimento do senso comum.
Desvendar esta dinâmica do comportamento individual e suas interfaces requer o entendimento sobre o que é agir com e sem ética e como mergulhar-se em ações éticas, não na ceara global, da política internacional, nacional, mas aquela ética que permeia o convívio social, seja de grupos de trabalho, condomínio, igreja, escola e diversos outros.
Observa-se nas redes sociais, diversas manifestações hora de repúdio, hora de apoio a este ou aquele ataque terrorista, a este ou aquele movimento, conforme agenda e circunstância, mas a ética que invoco nestas linhas está além da mera indignação moral motivada por emoções instantâneas, que tantos acham magnífico compartilhar, publicar, twittar. O ato de expressar seu pensamento, sua emoção, vai além da publicação em si, demonstra o quão sensível ou insensível é aquele que compartilha um post, publica ou twitta.
Mas uma indignação de rede social, não basta! Emoções fortuitas em relação à política, a religião, a desastres, à miséria ou à violência passam, até o próximo fenômeno chegar e efervescer nova comoção social e então tudo continua como dantes.

O próximo passo deve ser dado, persistir na indignação e comoção e resignificá-la, de modo que emoções indignadas se transformem em sensibilidade elaborada, que sustente ações boas e justas (objetivo de qualquer ética).


O que é preciso para que a sociedade se aproprie deste conceito ou compreenda o sentido comum da reivindicação ética, ainda não é conhecido, mas percebe-se que, falta a esta sociedade capitalista o diálogo, a capacidade de expor e ouvir o que pode ser ética.
Desejar a ética, mas sem diálogo é impossível, como resultado tem-se o que hoje se considera como o triunfo da ignorância e intolerância, legitimado apartir do politicamente correto, consagrado nas redes pelas fakenews.
O culto propagado ao não intelectualismo, tem levado o pensamento coletivo a cultuar a irracionalidade, a desvalorização da ciência, mas me pergunto:

— Quem está preocupado no cenário atual a entender do que se trata? Que fenômeno mais desumano é este que domina o pensamento coletivo? Alguém está preocupado em discutir ética para além dos códigos de ética profissional?


A sociedade brasileira, com toda a sua construção coletiva, tem a ética como princípio além de um mero parágrafo garantido na constituição?
Por não compreender o que fundamenta a ética, seu significado estrutural para cada sujeito e para a sociedade como um todo, perde-se no horizonte a possibilidade de realização.
A ética não é uma escolha de vida, a todo momento deixa-se a ética bailar pela vida, pois se quer se sabe que ela está a bater e até mesmo dançar em nossa porta existencial; mas se ainda assim você se pergunta ou suscita no fundo de sua existência o que fazer para ser ético, está cometendo também um erro, pois ser ético não é uma mera condição ou um momento, torna-se um exercício, um modo de comportamento, de decisão sobre o convívio e o modo de compartilhar valores, a liberdade e a própria existência.
A ética pauta e dá sentido à convivência e supera o já conhecido e importante respeito ao limite próprio e alheio. Como a ética diz respeito à relação entre um “eu” e um “tu”, ela envolve pensar o outro, o seu lugar, o seu lugar de fala, sua vida, sua potencialidade, seus direitos, como eu o vejo e como posso defendê-lo.

Portanto só é ético aquele que enfrenta o limite da própria ação, da racionalidade que a sustenta e da luta pela construção de uma sensibilidade que possa dar sentido à “felicidade política”, ou seja, uma vida justa e boa no universo público.


A felicidade na vida privada – que hoje também se tornou debate em torno do qual cresce a ignorância, depende de uma compreensão ética de mundo.
O que o mundo, a América Latina e mais especificamente o Brasil está vivendo, requer um resgate de ressignificação ética como um trabalho de lucidez, quanto ao que está se fazendo com o presente, sobretudo, com o que nele está sendo plantado, pois novos rumos estão sendo definidos para o futuro.
A renovação da capacidade de diálogo e retomada de um projeto de sociedade no qual o bem de todos esteja realmente em vista deveria ser a agenda do dia.

*Texto baseado em Márcia Tiburi. Publicado no Jornal O Estado de Minas, Domingo, 22 de abril de 2007 Retirado do Blog:http://omundocomoelee.blogs pot.com/2009/12/o-que-e-etica-hoje.html
https://fabianoenfermeiro.blogspot.com/2009/12/reflexao-sobre-etica-na-atualidade.html

22 de set. de 2019

Didática

Retrospectiva histórica da didática 

     A autora inicia o livro refletindo sobre o período considerado os primórdios da didática que vai de 1549 a 1930, há uma participação predominante dos jesuítas, na educação brasileira, que perdurou por 210 anos, compreendendo o período de 1549 a 1759. Período marcado por uma ação pedagógica dogmática e contra o pensamento crítico.  O papel da didática centrava-se no aspecto formal e tinha como base o intelecto; o conhecimento marcado pela visão essencialista de homem.
     Se a prática Jesuíta já era retrógrada, a reforma Pombalina instituída após a expulsão dos Jesuítas, resultou em retrocesso pedagógico que resultou em movimentos a partir de 1870 que irão buscar a disseminação de uma visão burguesa de sociedade e de mundo apartir da escola.

https://www.youtube.com/watch?v=MQsQalo7m-Q
    Observa que o período de 1930 a 1945 foi marcado pelo equilíbrio entre a corrente educacional tradicional e a moderna. A didática passou a se basear em um conjunto de ideias e métodos que valorizavam o aspecto técnico e cientifico ao mesmo tempo que ignorava o contexto sociopolítico.
     A partir do golpe dos militares, que implantou a ditadura no Brasil, no ano de 1964, afirma que a didática assume um papel tecnicista, que acentua a desvinculação de teoria e prática.
     O processo de ensino e aprendizagem é direcionado para o alcance de metas. Surge apartir de 1979 a concepção dialética ou crítica em que a didática tem o papel de clarificar o contexto sociopolítico da educação e ensino, como espaço de negação hegemônica. A década de 90 retrocede para a execução acrítica de tarefas, já no século XXI a didática é concebida como prática social de ensino e aprendizagem.
        Neste contexto o planejamento pedagógico é concebido como organização da ação pedagógica intencional de diferentes pontos de vista, de curiosidade científica, de investigação atenta da realidade, não aceitando os conteúdos curriculares como conhecimentos perfeitos e acabados; essencial ao processo de ensino e aprendizagem para ampliar os conhecimentos, propiciar oportunidades e buscar novos conhecimentos.
      Reflete que o planejamento participativo em que a escola busca a integração com a realidade histórico social; surge como alternativa ao ato de planejar o ensino primado pelo relacionamento entre teoria e prática; baseia-se na ação de planejar com a participação ativa de todos os elementos envolvidos no processo, priorizando a busca da unidade entre teoria e prática a partir da realidade do aluno, escola e contexto social, além de voltar-se para o alcance amplo da educação.
     Como professor, vejo o processo de planejamento como um desafio, para contrapor o modelo já padronizado institucionalmente, que baseia o processo de ensino e aprendizagem na lógica mercadológica e tecnicista, que transcenda o mecanicismo e considere as relações da escola com o território e a comunidade.
     A proximidade efetiva é fator que contribui para melhorar a percepção de bom professor. Além disso, a maneira como o professor se relaciona com sua área de conhecimento, bem como sua percepção de ciência e produção de conhecimento.
     A metodologia também é fator associado a evolução da relação professor- aluno. Quando o professor acredita nas potencialidades do aluno, que se preocupa com sua aprendizagem, com seu nível satisfação, exerce práticas em sala de acordo com esta posição. Neste sentido o bom professor é aquele que domina o conteúdo, apresenta formas adequadas de mostrar a matéria é ter bom relacionamento com o grupo.
     O professor não é uma construção do seu ambiente escolar, mas sim uma construção histórica de sua vida nos aspectos de relações sociais familiares; crenças, valores, preferências etc, sua prática e saber é resultante da apropriação que ele mesmo fez da prática e dos saberes históricos sociais. Enfim a postura pedagógica do professor reflete o seu papel social fruto de sua identidade que também é produto da relação indivíduo sociedade.
     Portanto ser professor e ser aluno extrapola a relação de ensinar e aprender os conteúdos de ensino, deve-se ter consciência de um processo de protagonismo discente e o professor é um ator que não pode ser “engolido pela escola”. Sempre desejei, desde a graduação, me apropriar de ferramentas educacionais, porém a licenciatura sempre foi algo distante para mim.
     O contato com esta disciplina está retirando literalmente dos meus olhos diversas vendas, que ainda insistem em estar por aqui e me distanciam da verdade, do conhecimento crítico. Gostei muito da proposta de metodologias ativas, de refletir e conhecer um pouco mais sobre o meio ou a maneira de como construir o processo de aprendizagem. Neste processo considero que estou em construção, um exercício de tolerância em um ambiente que ao mesmo tempo que deseja conhecimento e promove o conhecimento, ecoa intolerância, desrespeito e tradicionalismo.
     Confesso que este ambiente, o da sala, também é um grande aprendizado, até aqui, não me ocorreu desistir como outros colegas, até porque  sei o que desejo e quantos sonhos ainda tenho por realizar mais a disciplina, mas infelizmente fatores externos e diria até mesmo físicos e mentais, resultantes da jornada de trabalho compromete, muitas vezes, um envolvimento mais intenso, embora o desejo e a vontade  de aprender estejam  sempre ativos.

Referência:
VEIGA. I P A. Repensando a didática. Campinas 25ª Edição. Papirus


9 de set. de 2019

Didática

Didática, empoderamento, emancipação e subjetividades

Retrospectiva histórica crítica da didática, aprendendo a aprender!


A autora inicia o livro refletindo sobre o período considerado os primórdios da didática que vai de 1549 a 1930, há uma participação predominante dos jesuítas, na educação brasileira, que perdurou por 210 anos, compreendendo o período de 1549 a 1759. Período marcado por uma ação pedagógica dogmática e contra o pensamento crítico.  O papel da didática centrava-se no aspecto formal e tinha como base o intelecto; o conhecimento marcado pela visão essencialista de homem.

https://projetopaideia.files.wordpress.com/2016/10/didc3a1tica.gif
Se a prática Jesuíta já era retrógrada, a reforma Pombalina instituída após a expulsão dos Jesuítas, resultou em retrocesso pedagógico que resultou em movimentos a partir de 1870 que irão buscar a disseminação de uma visão burguesa de sociedade e de mundo a partir da escola.

Observa que o período de 1930 a 1945 foi marcado pelo equilíbrio entre a corrente educacional tradicional e a moderna. A didática passou a se basear em um conjunto de ideias e métodos que valorizavam o aspecto técnico e cientifico ao mesmo tempo que ignorava o contexto sociopolítico.

A partir do golpe dos militares, que implantou a ditadura no Brasil, no ano de 1964, afirma que a didática assume um papel tecnicista, que acentua a desvinculação de teoria e prática. O processo de ensino e aprendizagem é direcionado para o alcance de metas. Surge apartir de 1979 a concepção dialética ou crítica em que a didática tem o papel de clarificar o contexto sociopolítico da educação e ensino, como espaço de negação hegemônica. A década de 90 retrocede para a execução acrítica de tarefas, já no século XXI a didática é concebida como prática social de ensino e aprendizagem.

Neste contexto o planejamento pedagógico é concebido como organização da ação pedagógica intencional de diferentes pontos de vista, de curiosidade científica, de investigação atenta da realidade, não aceitando os conteúdos curriculares como conhecimentos perfeitos e acabados; essencial ao processo de ensino e aprendizagem para ampliar os conhecimentos, propiciar oportunidades e buscar novos conhecimentos.

Reflete que o planejamento participativo em que a escola busca a integração com a realidade histórico social; surge como alternativa ao ato de planejar o ensino primado pelo relacionamento entre teoria e prática; baseia-se na ação de planejar com a participação ativa de todos os elementos envolvidos no processo, priorizando a busca da unidade entre teoria e prática a partir da realidade do aluno, escola e contexto social, além de voltar-se para o alcance amplo da educação.

Como professor, vejo o processo de planejamento como um desafio, para contrapor o modelo já padronizado institucionalmente que baseia o processo de ensino e aprendizagem na lógica mercadológica e tecnicista, que transcenda o mecanicismo e considere as relações da escola com o território e a comunidade.

A proximidade efetiva é fator que contribui para melhorar a percepção de bom professor. Além disso, a maneira como o professor se relaciona com sua área de conhecimento, bem como sua percepção de ciência e produção de conhecimento.

A metodologia também é fator associado a evolução da relação professor-aluno. Quando o professor acredita nas potencialidades do aluno, que se preocupa com sua aprendizagem, com seu nível satisfação, exerce práticas em sala de acordo com esta posição. Neste sentido o bom professor é aquele que domina o conteúdo, apresenta formas adequadas de mostrar a matéria e tem bom relacionamento com o grupo.

O professor não é uma construção do seu ambiente escolar, mas sim uma construção histórica de sua vida nos aspectos de relações sociais familiares; crenças, valores, preferências etc, sua prática e saber é resultante da apropriação que ele mesmo fez da prática e dos saberes históricos sociais. Enfim a postura pedagógica do professor reflete o seu papel social fruto de sua identidade que também é produto da relação indivíduo sociedade.

Portanto ser professor e ser aluno extrapola a relação de ensinar e aprender os conteúdos de ensino, deve-se ter consciência de um processo de protagonismo discente e o professor é um ator que não pode ser “engolido pela escola”.
Sempre desejei, desde a graduação, me apropriar de ferramentas educacionais, porém a licenciatura sempre foi algo distante para mim.

O contato com esta disciplina está retirando literalmente dos meus olhos diversas vendas, que ainda insistem em estar por aqui e me distanciam da verdade, do conhecimento crítico.
Gostei muito da proposta de metodologias ativas, de refletir e conhecer um pouco mais sobre o meio ou a maneira de como construir o processo de aprendizagem. Neste processo considero que estou em construção, um exercício de tolerância em um ambiente que ao mesmo tempo que deseja conhecimento e promove o conhecimento, ecoa intolerância, desrespeito e tradicionalismo.

Confesso que este ambiente, o da sala também é um grande aprendizado, até aqui, não me ocorreu desistir como outros colegas, até porque  sei o que desejo e quantos sonhos ainda tenho por realizar mais a disciplina, mas infelizmente fatores externos e diria até mesmo físicos e mentais, resultantes da jornada de trabalho compromete, muitas vezes, um envolvimento mais intenso, embora o desejo e a vontade  de aprender estejam  sempre ativos.

VEIGA. I P A. Repensando a didática. Campinas 25ª Edição. Papirus

2 de mai. de 2019

Educação transformadora

Educação transformadora


https://www.diaadiadovale.com.br/artigo/17/461/Educacao-e-N
eoliberalismo-a-transformacao-dos-individuos-em-mercadoria/
O processo de ensino e aprendizagem, considerado até hoje como um direito subjetivo, definido na constituição cidadã, reproduzido a séculos, sempre teve o objetivo de responder as demandas de mercado, que estabelecem os objetivos a serem alcançados em consonância com as ideias hegemônicas. Neste contexto a escola exerce um papel que impacta social e politicamente a partir do momento que capacita alunos das diversas classes para a vida profissional. 

O segmento neoliberal vê na escola sem partido a possibilidade de delimitar o campo da educação, além de servir para a dominação social de poucos sobre muitos tem na função ideológica a possibilidade de manter o sistema de relações de produção capitalista, a partir da construção de um aparato de dominação intelectual.


Tanto a lógica de mercantilização do ensino que contribui para o fortalecimento do sistema privado, quanto a desvalorização do ensino público são elementos que aprofundam a desigualdade social e fomentam a crise no sistema educacional brasileiro. A crise que se aprofunda no sistema público de educação está associada tanto a mercantilização do ensino, que se constata a partir das milhares de escolas privadas presenciais e a distância espalhadas por todo o país, quanto pela desvalorização do ensino público e criminalização do professor.


A instauração de um clima de perseguição, criminalização, censura e delação tem se traduzido em chacinas, atentados, intimidação, ameaças e violências diversas. Caminha-se a passos largos para a censura e os papeis já estão definidos; de um lado estão os delatores, os estudantes que cumprem o papel de acusadores e intimidadores e do outro os criminosos por exercerem com maestria sua profissão. Resta então reproduzir uma educação que exclua saberes, valores e conhecimentos, limitando o desenvolvimento pleno das crianças, adolescentes e jovens, impondo a eles uma versão extremamente limitada do mundo.



Deve-se refletir sobre as vantagens da implantação de uma escola que tem uma ideologia que persegue, censura, intimida, acusa, denuncia, vigia, prende e mata. A Escola Sem Partido é uma escola sem voz, que se opõe a liberdade, não aceita o diferente, não questiona, não reflete e retrocede; tem em sua essência o instinto de amputar toda e qualquer possibilidade de se sair do padrão, não considera que o ambiente escolar é diverso, seja na diversidade de sujeitos, realidades, contextos e espaços sociais; seja na mediação destas características e especificidades.



Como reflexo social há um efeito bárbaro destas transformações, constatada com a escalada do desemprego e a exclusão social, enquanto se reproduz ideologias que pensam em uma doutrinação do sujeito para que o mesmo permaneça na inércia, seguindo o estabelecido pela elite hegemônica; que vê na Escola sem Partido a possibilidade de delimitar o campo da Educação, além de servir para a dominação social de poucos sobre muitos, promovendo a manutenção do sistema de relações de produção capitalista a partir da construção de um arsenal de dominação ideológica e intelectual.




REFERÊNCIA


GUZZO, R S L; EUZEBIO A S F. Desigualdade social e sistema educacional brasileiro: a urgência da educação emancipadora. Escritos educ. [online]. 2005, vol.4, n.2 [citado 2019-05-01], pp. 39-48. Disponível em: . ISSN 1677-9843. Acesso em: 01/05/2019.

SANTOS A M. A educação no Brasil na atualidade. Disponível em: Acesso em: 01/05/2019.

SANTOS E G. A educação e as transformações na sociedade. Disponível em: Acesso em: 01/05/2019.

SOUZA A L S; MANHAS C; CARA D; CARREIRA D. A ideologia do movimento escola sem partido. Ação Educativa 1a edição São Paulo 2016. Disponível em: Acesso em: 01/05/2019.

20 de abr. de 2019

Leitura de mundo como liberdade de pensamento

Leitura de mundo como liberdade de pensamento

A leitura e a escrita são instrumentos que permitem a construção de sinapses ou associações de ideias, conceitos e contextos que instigam, levantam dúvidas, questionamentos além de esclarecer e trazer a razão, reforçam conceitos, ampliam a visão, despertam a curiosidade e o desejo pelo conhecimento, permitem a ampliação de possibilidades, solidificam e alicerçam valores, conceitos e visões de mundo, quebram paradigmas, desconstroem muros e ampliam horizontes.


O processo de aprendizado é muitas vezes influenciado por diversas questões, seja de necessidades básicas de sobrevivência como necessidade de trabalho, cansaço físico, fome, ou mesmo distrações que se antes eram lúdicas e permitiam interação; na atualidade, com o processo de predominância da individualidade, apenas alienam e despertam sentimentos de violência e dependência, casos como baleia azul, chacinas e terrorismo são assuntos que há uma década eram impensáveis para o ambiente e contexto escolar.


O processo de aprendizagem que se impõe, muitas vezes é prático, representado muito bem por uma vida de tarefas, atividades de gênero, que condicionam a sobrevivência e perpetuação ou repetição de um modo de vida. Nessas condições é passível questionar qual o horizonte que se pode ter, quais as escolhas possíveis possível ou ainda como quebrar este ciclo, todas que tentaram não conseguiram.


Por fim a limitação das possibilidades da vida, nos tornam escravos de nós mesmos, de modos, crenças e valores que querem nos fazer crer, que querem nos impor a todo custo, cabe a cada um de nós buscar internamente as motivações, sonhos, sentimentos, crenças e valores que rompam de vez com estes modelos de reprodução social e nos redirecionem ao propósito de realizar leituras, interpretações e escrita deste cômodo complexo que vivemos chamado planeta terra.

4 de nov. de 2018

Esquistossomose

Esquistossomose no Distrito Federal

Hoje iremos falar de uma das doenças infecciosas e parasitárias que acomete pessoas e pode evoluir sem nenhum sintoma, silenciosamente, ou até mesmo, apresentar-se de forma extremamente grave. Para refletirmos sobre a problemática que nos rodeia, é necessário a caraterização do cenário de possível transmissão.
 

Recursos hídricos 


O Distrito Federal localiza-se em uma região de terras altas, no centro do país, que servem
como dispersores das drenagens que fluem para três importantes bacias fluviais do Brasil: Prata,  Amazônica -Tocantins e São Francisco. As principais bacias do Distrito Federal – Rio Preto, Rio São Bartolomeu, Rio Descoberto e Rio Maranhão; drenam 95% das águas do território da região; sendo que o restante cabe as bacias do Rio Corumbá e Rio São Marcos.
O conhecimento ainda incipiente das condições reais das bacias, prejudicam o planejamento, o desenvolvimento de ações de fiscalização, preservação e recuperação de corpos hídricos do DF. Sabe-se que os corpos hídricos sofrem agressões pela proximidade de setores habitacionais, comerciais e áreas destinadas à agricultura, dentre as quais destaco o esgoto industrial e doméstico.

Saneamento básico


Segundo dados de acesso a rede de esgoto, divulgados pela Agência Nacional das Águas-ANA, o Distrito Federal é a única unidade da Federação que trata todo o esgoto que é coletado, ou seja, tudo o que se capta, passa por uma processo de purificação, devolvendo a água para o ambiente menos poluída, o que não é captado representa um percentual de exclusão de 17% da população, esta constatação leva a supor, que milhares de pessoas são obrigadas a conviver com fossas sépticas ou com esgoto a céu aberto. Para a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal- CAESB a carga orgânica que o DF deixa de coletar corresponde a 4,5mil toneladas de esgoto a céu aberto ou em fossas não declaradas por ano.

Doenças Relacionadas ao Saneamento  Ambiental Inadequado – DRSAI


Sabe-se que o destino inadequado de dejetos humanos causa diversos tipos de doenças, sendo o seu controle afetado diretamente pelo Saneamento Ambiental Inadequado, dentre as quais: ancilostomíase, ascaridíase, amebíase, coléra, diarreia infecciosa, disenteria bacilar, estrongiloidíase, febre tifoide, febre paratifoide, salmonelose, cisticercose, teníase e  esquistossomose.
Dentre as doenças supracitadas, destaco a esquistossomose, doença endêmica, que nas Américas afeta principalmente o Brasíl, atinge 19 unidades federativas, principalmente do nordeste, embora tenha alta prevalência em Minas Gerais.

Manutenção de transmissão da doença


https://brainly.com.br/tarefa/16240523

Os dejetos humanos lançados diretamente nos corpos hídricos, constituem-se de elementos ou microorganismos nocivos à saúde humana, por exemplo, se uma residência que lança esgoto diretamente num córrego, rio ou a céu aberto, tiver uma pessoa infectada pela “xistose”, esta contaminação pode resultar no ambiente perfeito para instalação de um foco de transmissão da doença, pois esta pessoa estará eliminando no ambiente ovos deste parasito; o que pode resultar  no  aumento  da  incidência  de  esquistossomose e ou outras doenças  e  reduzir a expectativa e qualidade  de vida.
Considerando que os locais com baixa cobertura de saneamento são ocupados por pessoas de baixo nível socioeconômico, em maior concentração, supõem-se que estas localidades contribuem favoravelmente para possível estabelecimento de foco isolado de transmissão, tendo em vista possíveis condições precárias de higiene e habitação, potencializada pelos movimentos migratórios, de caráter transitório ou permanente, de pessoas oriundas de áreas endêmicas de esquistossomose.

Supõe-se que estas localidades contribuem favoravelmente para possível estabelecimento de foco isolado de transmissão!

Caramujos de importância para a Saúde Pública


Estudos da fauna malacológica do Distrito Federal, realizada em 1978, identificaram a presença das espécies de importância epidemiológica para a manutenção do ciclo de transmissão da esquistossomose, ou seja, as coleções hídricas de água doce do Distrito Federal, são habitat do caramujo vetor, muito embora, não tenha identificado estudos recentes que corroborem com estes achados. Os “caramujos” podem ser encontrados em diferentes coleções hídricas, tais como: açudes, alagados, brejos, córregos, lagoas, lagos, valas de esgotos ou drenagem, riachos, rios e áreas de irrigação.
Two Asian Freshwater Snails Newly Introduced into South Africa and an Analysis of Alien Species Reported to Date - Scientific Figure on ResearchGate. Available from: https://www.researchgate.net/Shell-of-Biomphalaria-glabrata-collected-in-Durban-in-the-1980s-photos-C-Appleton_fig5_271198932 [accessed 4 Nov, 2018]
O verme causador da esquistossomose é um parasita que necessita, da participação de caramujos de água doce, do gênero Biomphalaria, para completar seu ciclo vital, ao parasitar o homem, irá viver nos vasos sanguíneos do intestino e fígado, eliminando ovos no ambiente. As pessoas parasitadas podem continuar eliminando ovos viáveis do S. mansoni em média por cinco, podendo chegar até mais de vinte anos.

Doença incapacitante


"Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), as consequências da esquistossomose para a saúde humana vão além dos danos físicos causados ao indivíduo, pois, o impacto da patologia reflete diretamente em sua qualidade de vida, sendo possível mensurar estes danos através dos  anos de vida perdidos, ajustados por incapacidades, parâmetro mais conhecido como DALYs (Disability-adjusted life years)".


O papel da Atenção Básica na prevenção e controle da doença


Destaca-se a importância das ações da Atenção Básica a Saúde, por meio da Estratégia Saúde da Família, para suspeição, notificação, investigação, conjuntamente com a Vigilância em Saúde, tratamento dos casos e acompanhamento do paciente após a alta, para controle de cura ou detecção de complicações advindas da doença. A facilidade de acesso da população aos profissionais que integram a equipe de saúde e a construção de vínculos, permitem uma interação que vai além da dicotomia médico paciente, é uma relação de afeto, de confiança, onde o cuidado vai além da visão meramente curativa, o olhar voltado para o território  e para a dinâmica da determinação social da doença, torna-se fator preponderante e condicionante, para identificar uma doença silenciosa, que por anos a fio, vai definhando seu hospedeiro e se perpetuando, contaminando e se multiplicando latentemente no meio ambiente.

 REFERÊNCIAS

1.   ANUÁRIO DO DF.Geografia - Cerrado: belezas que geram riquezas.  Disponível em: <http://www.anuariododf.c om.br/radiografia-do-df/geografia/>. Acesso em: 01/11/2018.                             

2.      BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância e controle de moluscos de importância epidemiológica. Diretrizes técnicas: Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose (PCE) / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica.– 2. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008.178 p.: il. color. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em: . Acesso em 03/11/2018.

3.  COIMBRA JR., C E A. Suscetibilidade à infecção pelo Schistosoma mansoni, de Biomphalaria glabrata e Biomphalaria tenagophila do Distrito Federal, Brasil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 15, n. 5, p. 485-489, out. 1981. Disponível em: . Acesso em: 02/11/2018.

4.    GOMES, E C S. Esquistossomose: manejo clínico e epidemiológico na atenção básica / Elainne C. S. Gomes, Ana Lúcia C. Domingues, Constança S. Barbosa. - Recife: Fiocruz Pernambuco, 2017.  144 p.

5.  IBRAM. Recursos Hídricos. Disponível em: < http://www.ibram.df.gov.br/recursos-hidricos/>. Acesso em: 01/11/2018.

6.    KATZ N. Inquérito Nacional de Prevalência da Esquistossomose mansoni e Geo-helmintoses/Naftale Katz. – Belo Horizonte: CPqRR, 2018.

7. NETO M D A. Breves notas sobre rios e redes hidrográficas do Distrito Federal. Disponível em:<http://www.ihgdf.com.br/breves-notas-sobre-rios-e-redes-hidrograficas-do-distrito-fede ral/>. Acesso em: 01/11/2018.        
                                                     
8.    SITE G1. Distrito Federal trata todo o esgoto coletado, mas deixa 17% da população a margem do sistema, diz estudo. Disponível em: . G1 DF 28/09/2017 08h40. Acesso em 01/011/2018.

9.     SITE G1. Negligenciada, esquistossomose tem transmissão descontrolada no MA. . Acesso em 02/11/2018.