Reflexões para estimular e despertar a emancipação do sujeito; contribuindo para construção do conhecimento crítico e científico na temática de saúde, educação e direitos humanos

Mostrando postagens com marcador educação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador educação. Mostrar todas as postagens

5 de out. de 2020

Aprendizagem significativa


Teoria da aprendizagem significativa 






 

Treinamento para surdos

 

As recomendações da American Hearth Association, evidenciam o quão é relevante o ensino da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) para pessoas que não sejam da área de saúde. Pode significar a garantia de sobrevivência das vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR), seja em locais comuns de circulação de pessoas ou ocupação de qualquer espaço.

Diante desta premissa, sabe-se que a comunidade surda não possui nenhum prejuízo cognitivo ou motor, para a construção do conhecimento ou aquisição de aprendizagem, embora tenham o comprometimento auditivo. Este fator pode dificultar o acesso a informação e formação, sobre como identificar uma PCR, bem como adquirir habilidades técnicas básicas para sua realização.

Parte-se da constatação de que falta  materiais educativos de saúde, disponíveis na língua de sinais, além do enfrentamento diuturno, muitas vezes dentro de sua própria casa, das barreiras de uso da comunicação convencional.

Sendo assim, a construção de estratégias que promovam o acesso a informação e formação sobre como identificar uma PCR, com foco na inclusão de pessoas surdas, é fundamental para a integração e contribuição na inclusão e construção de sua autonomia, enquanto sujeitos, dotados de habilidades que podem significar a garantia de sobrevivência das vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR), seja em locais comuns de circulação de pessoas ou ocupação de qualquer espaço.

4 de out. de 2019

Relações afetivas

Estimular a leitura através de relações afetivas 

“Formação de leitores: a dimensão afetiva na mediação da família”
AUTOR: Isabela Ramalho Orlando e Sérgio Antônio da Silva Leite

INTRODUÇÃO

O estudo tem como objetivo descrever e analisar a dimensão afetiva nas situações de mediação entre o sujeito e as práticas de leitura literária, enfatizando os processos de mediação ocorridos no ambiente familiar. Parte da premissa que a mediação realizada pela família poderá ser um fator fundante para a constituição do indivíduo como leitor autônomo.
AFETIVIDADE

A afetividade é um conceito amplo, ocorre por meio da apropriação da cultura pelo indivíduo, principalmente através das relações interpessoais; são as trocas e construções estabelecidas na interação com o “outro” que permitem ao indivíduo caracterizar- -se como um sujeito único, com base na construção de um universo simbólico pessoal.
Vygotsky (1998) considera que o indivíduo se apropria dos elementos da cultura através das interações sociais e que sua relação com o mundo ocorre por meio da intervenção de sistemas simbólicos, sendo que a fala desempenha um papel fundamental nesse processo, quando se interioriza e passa a constituir o pensamento verbal.
O autor se baseia nos conceitos elaborados por Wallon, que diferencia os conceitos de afetividade e de emoção: afetividade refere-se a um conjunto amplo de manifestações que envolvem emoções (origem biológica) e sentimentos (origem psicológica); desenvolve-se através da apropriação dos sistemas simbólicos culturais.
As relações que se estabelecem entre sujeito e objeto são também afetivas, ou seja, não se reduzem apenas à dimensão cognitiva. Portanto, tais relações provocam, no sujeito, impactos afetivos internos e subjetivos, positivos ou negativos, dependendo da qualidade da relação vivenciada.

LEITURA

A leitura literária é uma prática cultural que pode ser considerada fundamental para a plena inserção do indivíduo na sociedade, uma vez que lhe possibilita acesso aos bens culturais, aprimoramento de sua condição pessoal e de sua compreensão da realidade para nela intervir (Grotta, 2000).
busca mapear os costumes e as práticas de leitura, levando em consideração a relação do leitor com sua comunidade e seu momento histórico.
Expressa o pensamento de que as ideias descritas por Freire, Chartier, Petit e Certeau, permitem a percepção de que a leitura possibilita ao sujeito dialogar com as ideias do autor e, assim, revisar e aprimorar suas ideias e valores, ampliando seu universo pessoal. Pode-se supor que tais processos estão fortemente presentes no caso da leitura literária.

RESULTADOS

Nesta pesquisa, os Núcleos Temáticos indicam os aspectos relacionados às dimensões afetivas identificadas nas experiências de leitura literária relatadas pelos sujeitos, com ênfase no ambiente familiar. A etapa final da organização desses dados, realizada exclusivamente pelos pesquisadores, foi a construção de uma matriz única, a partir das matrizes com as falas dos três sujeitos, respectivamente. Essa matriz final aborda os seguintes Núcleos Temáticos, comuns no processo de constituição de leitor dos três sujeitos: Vivências de leitura; Práticas de leitura na escola; Papel da Família; Papel dos Amigos; O Namorado; Acesso aos livros; O impacto da leitura.

MEDIAÇÃO DA FAMÍLIA

Os relatos dos três sujeitos mostram que os familiares foram mediadores de grande impacto. A contação de histórias na infância, geralmente realizada pela mãe ou pelo pai, é carregada de marcas afetivas positivas e são as primeiras lembranças dos sujeitos em relação à leitura.
Os sujeitos relatam que, ao longo de suas vidas, tiveram suporte dos familiares que garantiu o acesso aos livros. Esse suporte se deu de diversas formas: empréstimo de livros de coleções particulares; compra de livros e gibis, muitas vezes em sebos, por terem preços mais acessíveis; visitas a feiras de livros. Eles ressaltam que, desde a infância, tinham acesso aos livros que havia em suas casas, além de permissão para manuseá-los e lê-los. Essa facilidade foi, do ponto de vista dos sujeitos, determinante para que estabelecessem vínculos positivos com esse material.

OUTROS MEDIADORES IDENTIFICADOS

As práticas de leitura na escola tiveram diferentes impactos ao longo da vida dos sujeitos: muitas vezes o material lido era considerado desinteressante pelos sujeitos ou eles desmotivavam-se em razão das atividades avaliativas propostas.
Pode-se observar, nos três relatos, a influência que o professor de literatura do Ensino Médio exerceu na constituição dos sujeitos como leitores autônomos. Seus professores de literatura foram responsáveis por guiar a transição da adolescência para a vida adulta, e orientar os sujeitos.

DISCUSSÃO

A autora buscou investigar o processo de constituição do leitor literário, destacando o papel da família nesse processo e tendo como base os estudos acerca do desenvolvimento humano de Wallon e Vygotsky.
Cada um dos participantes da pesquisa trouxe uma história singular de envolvimento com a leitura. No entanto, foi possível agrupar aspectos comuns do processo de formação de leitor desses sujeitos, especialmente sobre a mediação realizada pelos familiares, e, dessa maneira, foi possível elaborar considerações sobre a importância dos conteúdos afetivos das mediações vivenciadas pelo sujeito para sua constituição como leitor autônomo.
O movimento de aproximação desses sujeitos com as práticas sociais de leitura foi, certamente, determinado por esses conteúdos afetivos positivos, presentes em cada mediação descrita por eles.
A afetividade desenvolve-se ao longo da vida, sendo que esse processo está relacionado às conquistas no plano cognitivo; ao mesmo tempo, o desenvolvimento cognitivo depende dos vínculos afetivos. A aquisição de novas estratégias de comunicação permite formas mais complexas de manifestações afetivas, como o diálogo, o respeito e a atenção
Vygotsky (1998) destaca que, através da imitação, as crianças podem executar ações que estão além de suas capacidades, de modo que imitar configura-se como parte importante do processo de desenvolvimento do sujeito. Portanto, mesmo ações que não eram dirigidas aos sujeitos, como a rotina e hábitos de leitura dos pais, influenciaram, ainda que de forma indireta, na relação que os sujeitos estabeleceram com a leitura literária.
Segundo Wallon (2002/2007), no desenvolvimento humano, cognição e afetividade são complementares. O relato descrito no parágrafo anterior exemplifica essa complementaridade entre cognição e afetividade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No ambiente familiar, os sujeitos iniciaram seu contato não só com a prática da leitura, mas também com a leitura do mundo. Assim, durante a infância, os familiares foram os principais responsáveis por mediar o contato entre o sujeito e a cultura e foi nesse período que os sujeitos vivenciaram suas primeiras experiências de leitura, as quais imprimiram fortes impactos afetivos nas relações que se estabeleceram entre eles e esta prática cultural.
Os conteúdos afetivos dessas experiências, tais como proximidade física, carinho, atenção, prazer e respeito, são internalizados e associados à prática da leitura.
Em síntese, defende-se que a constituição do sujeito como leitor é um processo socialmente construído, determinado pela história concreta de mediações vivenciadas por ele, nos diversos ambientes, onde se desataca o da família, que pode representar uma instância de enorme poder formativo (Leite, 2011).
Aponta que novos estudos devem ser realizados, buscando-se detalhar os processos de mediação vivenciados por leitores autônomos, não só na família, mas nas demais instâncias sociais.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ORLANDO IR, LEITE SAS. Formação de leitores: a dimensão afetiva na mediação da família. Psicol. Esc. Educ. vol.22 no.3 Maringá Set/Dez de 2018. Disponível em: Acesso em: 22/09/2019.

22 de set. de 2019

Didática

Retrospectiva histórica da didática 

     A autora inicia o livro refletindo sobre o período considerado os primórdios da didática que vai de 1549 a 1930, há uma participação predominante dos jesuítas, na educação brasileira, que perdurou por 210 anos, compreendendo o período de 1549 a 1759. Período marcado por uma ação pedagógica dogmática e contra o pensamento crítico.  O papel da didática centrava-se no aspecto formal e tinha como base o intelecto; o conhecimento marcado pela visão essencialista de homem.
     Se a prática Jesuíta já era retrógrada, a reforma Pombalina instituída após a expulsão dos Jesuítas, resultou em retrocesso pedagógico que resultou em movimentos a partir de 1870 que irão buscar a disseminação de uma visão burguesa de sociedade e de mundo apartir da escola.

https://www.youtube.com/watch?v=MQsQalo7m-Q
    Observa que o período de 1930 a 1945 foi marcado pelo equilíbrio entre a corrente educacional tradicional e a moderna. A didática passou a se basear em um conjunto de ideias e métodos que valorizavam o aspecto técnico e cientifico ao mesmo tempo que ignorava o contexto sociopolítico.
     A partir do golpe dos militares, que implantou a ditadura no Brasil, no ano de 1964, afirma que a didática assume um papel tecnicista, que acentua a desvinculação de teoria e prática.
     O processo de ensino e aprendizagem é direcionado para o alcance de metas. Surge apartir de 1979 a concepção dialética ou crítica em que a didática tem o papel de clarificar o contexto sociopolítico da educação e ensino, como espaço de negação hegemônica. A década de 90 retrocede para a execução acrítica de tarefas, já no século XXI a didática é concebida como prática social de ensino e aprendizagem.
        Neste contexto o planejamento pedagógico é concebido como organização da ação pedagógica intencional de diferentes pontos de vista, de curiosidade científica, de investigação atenta da realidade, não aceitando os conteúdos curriculares como conhecimentos perfeitos e acabados; essencial ao processo de ensino e aprendizagem para ampliar os conhecimentos, propiciar oportunidades e buscar novos conhecimentos.
      Reflete que o planejamento participativo em que a escola busca a integração com a realidade histórico social; surge como alternativa ao ato de planejar o ensino primado pelo relacionamento entre teoria e prática; baseia-se na ação de planejar com a participação ativa de todos os elementos envolvidos no processo, priorizando a busca da unidade entre teoria e prática a partir da realidade do aluno, escola e contexto social, além de voltar-se para o alcance amplo da educação.
     Como professor, vejo o processo de planejamento como um desafio, para contrapor o modelo já padronizado institucionalmente, que baseia o processo de ensino e aprendizagem na lógica mercadológica e tecnicista, que transcenda o mecanicismo e considere as relações da escola com o território e a comunidade.
     A proximidade efetiva é fator que contribui para melhorar a percepção de bom professor. Além disso, a maneira como o professor se relaciona com sua área de conhecimento, bem como sua percepção de ciência e produção de conhecimento.
     A metodologia também é fator associado a evolução da relação professor- aluno. Quando o professor acredita nas potencialidades do aluno, que se preocupa com sua aprendizagem, com seu nível satisfação, exerce práticas em sala de acordo com esta posição. Neste sentido o bom professor é aquele que domina o conteúdo, apresenta formas adequadas de mostrar a matéria é ter bom relacionamento com o grupo.
     O professor não é uma construção do seu ambiente escolar, mas sim uma construção histórica de sua vida nos aspectos de relações sociais familiares; crenças, valores, preferências etc, sua prática e saber é resultante da apropriação que ele mesmo fez da prática e dos saberes históricos sociais. Enfim a postura pedagógica do professor reflete o seu papel social fruto de sua identidade que também é produto da relação indivíduo sociedade.
     Portanto ser professor e ser aluno extrapola a relação de ensinar e aprender os conteúdos de ensino, deve-se ter consciência de um processo de protagonismo discente e o professor é um ator que não pode ser “engolido pela escola”. Sempre desejei, desde a graduação, me apropriar de ferramentas educacionais, porém a licenciatura sempre foi algo distante para mim.
     O contato com esta disciplina está retirando literalmente dos meus olhos diversas vendas, que ainda insistem em estar por aqui e me distanciam da verdade, do conhecimento crítico. Gostei muito da proposta de metodologias ativas, de refletir e conhecer um pouco mais sobre o meio ou a maneira de como construir o processo de aprendizagem. Neste processo considero que estou em construção, um exercício de tolerância em um ambiente que ao mesmo tempo que deseja conhecimento e promove o conhecimento, ecoa intolerância, desrespeito e tradicionalismo.
     Confesso que este ambiente, o da sala, também é um grande aprendizado, até aqui, não me ocorreu desistir como outros colegas, até porque  sei o que desejo e quantos sonhos ainda tenho por realizar mais a disciplina, mas infelizmente fatores externos e diria até mesmo físicos e mentais, resultantes da jornada de trabalho compromete, muitas vezes, um envolvimento mais intenso, embora o desejo e a vontade  de aprender estejam  sempre ativos.

Referência:
VEIGA. I P A. Repensando a didática. Campinas 25ª Edição. Papirus


9 de set. de 2019

Didática

Didática, empoderamento, emancipação e subjetividades

Retrospectiva histórica crítica da didática, aprendendo a aprender!


A autora inicia o livro refletindo sobre o período considerado os primórdios da didática que vai de 1549 a 1930, há uma participação predominante dos jesuítas, na educação brasileira, que perdurou por 210 anos, compreendendo o período de 1549 a 1759. Período marcado por uma ação pedagógica dogmática e contra o pensamento crítico.  O papel da didática centrava-se no aspecto formal e tinha como base o intelecto; o conhecimento marcado pela visão essencialista de homem.

https://projetopaideia.files.wordpress.com/2016/10/didc3a1tica.gif
Se a prática Jesuíta já era retrógrada, a reforma Pombalina instituída após a expulsão dos Jesuítas, resultou em retrocesso pedagógico que resultou em movimentos a partir de 1870 que irão buscar a disseminação de uma visão burguesa de sociedade e de mundo a partir da escola.

Observa que o período de 1930 a 1945 foi marcado pelo equilíbrio entre a corrente educacional tradicional e a moderna. A didática passou a se basear em um conjunto de ideias e métodos que valorizavam o aspecto técnico e cientifico ao mesmo tempo que ignorava o contexto sociopolítico.

A partir do golpe dos militares, que implantou a ditadura no Brasil, no ano de 1964, afirma que a didática assume um papel tecnicista, que acentua a desvinculação de teoria e prática. O processo de ensino e aprendizagem é direcionado para o alcance de metas. Surge apartir de 1979 a concepção dialética ou crítica em que a didática tem o papel de clarificar o contexto sociopolítico da educação e ensino, como espaço de negação hegemônica. A década de 90 retrocede para a execução acrítica de tarefas, já no século XXI a didática é concebida como prática social de ensino e aprendizagem.

Neste contexto o planejamento pedagógico é concebido como organização da ação pedagógica intencional de diferentes pontos de vista, de curiosidade científica, de investigação atenta da realidade, não aceitando os conteúdos curriculares como conhecimentos perfeitos e acabados; essencial ao processo de ensino e aprendizagem para ampliar os conhecimentos, propiciar oportunidades e buscar novos conhecimentos.

Reflete que o planejamento participativo em que a escola busca a integração com a realidade histórico social; surge como alternativa ao ato de planejar o ensino primado pelo relacionamento entre teoria e prática; baseia-se na ação de planejar com a participação ativa de todos os elementos envolvidos no processo, priorizando a busca da unidade entre teoria e prática a partir da realidade do aluno, escola e contexto social, além de voltar-se para o alcance amplo da educação.

Como professor, vejo o processo de planejamento como um desafio, para contrapor o modelo já padronizado institucionalmente que baseia o processo de ensino e aprendizagem na lógica mercadológica e tecnicista, que transcenda o mecanicismo e considere as relações da escola com o território e a comunidade.

A proximidade efetiva é fator que contribui para melhorar a percepção de bom professor. Além disso, a maneira como o professor se relaciona com sua área de conhecimento, bem como sua percepção de ciência e produção de conhecimento.

A metodologia também é fator associado a evolução da relação professor-aluno. Quando o professor acredita nas potencialidades do aluno, que se preocupa com sua aprendizagem, com seu nível satisfação, exerce práticas em sala de acordo com esta posição. Neste sentido o bom professor é aquele que domina o conteúdo, apresenta formas adequadas de mostrar a matéria e tem bom relacionamento com o grupo.

O professor não é uma construção do seu ambiente escolar, mas sim uma construção histórica de sua vida nos aspectos de relações sociais familiares; crenças, valores, preferências etc, sua prática e saber é resultante da apropriação que ele mesmo fez da prática e dos saberes históricos sociais. Enfim a postura pedagógica do professor reflete o seu papel social fruto de sua identidade que também é produto da relação indivíduo sociedade.

Portanto ser professor e ser aluno extrapola a relação de ensinar e aprender os conteúdos de ensino, deve-se ter consciência de um processo de protagonismo discente e o professor é um ator que não pode ser “engolido pela escola”.
Sempre desejei, desde a graduação, me apropriar de ferramentas educacionais, porém a licenciatura sempre foi algo distante para mim.

O contato com esta disciplina está retirando literalmente dos meus olhos diversas vendas, que ainda insistem em estar por aqui e me distanciam da verdade, do conhecimento crítico.
Gostei muito da proposta de metodologias ativas, de refletir e conhecer um pouco mais sobre o meio ou a maneira de como construir o processo de aprendizagem. Neste processo considero que estou em construção, um exercício de tolerância em um ambiente que ao mesmo tempo que deseja conhecimento e promove o conhecimento, ecoa intolerância, desrespeito e tradicionalismo.

Confesso que este ambiente, o da sala também é um grande aprendizado, até aqui, não me ocorreu desistir como outros colegas, até porque  sei o que desejo e quantos sonhos ainda tenho por realizar mais a disciplina, mas infelizmente fatores externos e diria até mesmo físicos e mentais, resultantes da jornada de trabalho compromete, muitas vezes, um envolvimento mais intenso, embora o desejo e a vontade  de aprender estejam  sempre ativos.

VEIGA. I P A. Repensando a didática. Campinas 25ª Edição. Papirus

21 de ago. de 2019

Multiletramentos

A difusão de novas competências pela BNCC: os multiletramentos e o ensino da linguagem na era de novas tecnologias

Artigo: “A difusão de novas competências pela BNCC: os multiletramentos e o ensino da linguagem na era das novas tecnologias”
Autor: Cicero Nestor Pinheiro Francisco

Ao iniciar o artigo, o autor estabelece conexões com os esforços para a promoção dos fundamentos pedagógicos propostos pela BNCC e o reconhecimento dos multiletramentos como forma de promover a integralidade da educação, uma vez que vivemos na era em “que todos os aspectos da vida, incluindo as atividades cotidianas, as práticas de trabalho e o mundo da aprendizagem, são transformados pelas tecnologias digitais” (BARTON; LEE, 2015, p. 11-12).
Infere que para a compreensão do que se entende por multiletramentos é necessária a compreensão do que é o letramento e de como estes estudos situam-se em relação ao aprendizado da linguagem.
Expressa que ainda que alguém não domine completamente os processos de codificação e de decodificação da escrita, ou seja, ainda que uma pessoa não seja alfabetizada, essa pessoa pode ser considerada como alguém letrada (SOARES, 2010), neste sentido uma pessoa que pode diferenciar uma notícia de jornal de uma piada demonstra graus de letramento, mesmo que essa pessoa não consiga ler nenhum desses dois gêneros textuais caso isso lhe fosse solicitado.
Desenvolve o artigo partindo do pressuposto que é necessário uma diferenciação entre o que vem a ser a concepção de letramentos diversos e multiletramentos.
Relata que a concepção dos multiletramentos comunicativos foi desenvolvida para ampliar as abordagens tradicionais sobre os letramentos que focavam, inicialmente, seus estudos em processos envolvendo apenas textos escritos, que o Grupo Nova Londres (GNL) conceitua como “(...) formas de linguagem formalizadas, monolíngues, monoculturais.
Fala que o GNL escolheu uma única palavra – multiletramentos - para descrever as necessidades pedagógicas da atualidade e defende a reflexão dos professores sobre dois aspectos do multiletramento, sendo que o primeiro tem a ver com a crescente forma de se fazer significados, uma vez que os aspectos textuais também estão relacionados aos visuais, auditivos, espaciais, as formas de comunicação de massa e multimídia, entre outros, já o segundo aspecto evidencia o incremento das diversidades locais (valorização das mulheres, inclusão de povos indígenas, imigrantes etc.) e sua relação de conexão com os padrões globais, onde se reflete justamente sobre a postura pedagógica adequada para trabalhar aspectos locais e os padrões de comunicação global, evidenciando a importância de lidar com a crescente multiculturalidade (cultura local associada à cultura global) intensificada pelo emprego das novas tecnologias.
Deixa claro que a Pedagogia dos Multiletramentos visa criar condições de acesso ao pleno desenvolvimento dos educandos com vistas à ativa participação social.
Reforça a ideia de que os professores atuam como designers do conhecimento, ou seja, pessoas que projetam processos e ambientes para a aprendizagem e não mais pessoas que digam o que os outros devem fazer ou como devem pensar.
Defende o pensamento de que cada vez mais o uso das tecnologias provoca mudança em nossa cultura, afeta o modo como realizamos nossas atividades e, por isso, são necessárias novas competências multiletradas como prerrogativa para a realização de atividades cotidianas.
Explana ainda que a concepção de multiletramentos envolve a multiplicidade de culturas e a multiplicidade de linguagens provenientes dessas culturas (inclusive a cultura digital).
Enfatiza que o fato de a escola possibilitar variadas práticas sociais de fomento às habilidades multiletradas possivelmente incidirá na efetivação das práticas educacionais propostas pelos fundamentos pedagógicos preconizados pela BNCC.
Neste contexto, ao tratar do componente Língua Portuguesa, sugere que a BNCC visa à ampliação dos letramentos dos alunos nos processos comunicativos, uma vez que o documento reconhece a utilização de novas ferramentas para a efetivação da comunicação além de destacar à necessidade de novas habilidades para que os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental possam lidar com estas práticas.
Outra questão importante abordada é a valorização do diferente, proporcionando a abertura da escola às mudanças proporcionadas pela modernidade, em detrimento das práticas fechadas e estanques que já se viu no ambiente escolar.
Evidencia que as discussões desenvolvidas têm como objetivo demonstrar que a linguagem ideal estabelecida pelo uso dos multiletramentos é aquela que seja capaz de trabalhar com o novo, com os novos processos de comunicação (novos gêneros, novas semioses etc.) sem deixar de lado o cuidado com o respeito e com a valorização das diversas culturas que se cruzam na construção/transmissão das mensagens.
Como caminho metodológico explica que o estudo buscou interpretar os dados, obtidos a partir da leitura da BNCC, à luz das teorias dos multiletramentos propostas pelo GNL, por Rojo e Moura (2012) e demais pesquisadores, de forma a destacar as similaridades no emprego das teorias envolvendo os conceitos de multiletramentos e de como tais aplicações podem auxiliar na formação de uma proposta que vise capacitar os alunos para atuar mais eficazmente nos processos comunicativos advindos do contato com várias culturas e amplificados pelo uso das novas tecnologias.
Como resultado do estudo, apresenta uma análise crítica partindo do pressuposto que não se pode a curto prazo, tentar mensurar os resultados do emprego de práticas multiletradas na escola.
Pensa que o uso de novas tecnologias, como a internet, contribui para a expansão e compartilhamento de informações, reduz distâncias, amplia os laços entre as pessoas, enfim, promove mudanças que aproximam as diversas culturas.
Reflete que embora a previsão da BNCC situa-se no modelo de ensino, os agentes das escolas públicas sabem que há graves problemas estruturais sem a resolução dos quais, fica-se de mãos atadas para inovar no trabalho pedagógico.
Observa que mais materiais deveriam ser disponibilizados no site do Ministério da Educação com o intuito de preparar os professores para atuar na educação básica visando atingir os objetivos propostos pela BNCC.
Afirma que a prática de utilização da linguagem requer encontros, quebra de paradigmas, sobretudo na atual velocidade de transformação social, toda língua viva evolui, assim como toda cultura vira se transforma; de forma contínua com vistas a melhorar as práticas comunicativas sociais; que apenas com o devido tempo e com a contínua aplicação dos conceitos sobre os multiletramentos é que os alunos poderão desenhar novas formas de comunicação para uma efetiva participação social, uma vez que a escola tenha cumprido seu papel de prepará-los para, através da dimensão linguística, exercer as demais atividades que deles se esperam.
Por fim, destaca às proposições da BNCC para o ensino da linguagem e traz para análise competências necessárias para a formação dos estudantes na era de emprego das novas tecnologias no ambiente escolar.
Reconhece que o uso de novas tecnologias incita a prática de novas ações pedagógicas que configura a utilização de competências relacionadas aos multiletramentos. Percebe que a BNCC mostra-se comprometida com o desenvolvimento de competências que consigam dar conta de abarcar as possíveis mudanças nas práticas de comunicação de uma sociedade cultural e linguisticamente cada vez mais globalizada, através de políticas de articulação e integração de conhecimentos usados conjuntamente para se criar uma referência na educação nacional.

REFERÊNCIA

FRANCISCO C N P. A difusão de novas competências pela bncc: Os multiletramentos e o ensino da Linguagem na era das novas tecnologias. Educação e Tecnologia para Humanização da Escola. XVI Congresso Internacional de Tecnologia na Educação. Pernambuco, 2018, p14. 


2 de mai. de 2019

Educação transformadora

Educação transformadora


https://www.diaadiadovale.com.br/artigo/17/461/Educacao-e-N
eoliberalismo-a-transformacao-dos-individuos-em-mercadoria/
O processo de ensino e aprendizagem, considerado até hoje como um direito subjetivo, definido na constituição cidadã, reproduzido a séculos, sempre teve o objetivo de responder as demandas de mercado, que estabelecem os objetivos a serem alcançados em consonância com as ideias hegemônicas. Neste contexto a escola exerce um papel que impacta social e politicamente a partir do momento que capacita alunos das diversas classes para a vida profissional. 

O segmento neoliberal vê na escola sem partido a possibilidade de delimitar o campo da educação, além de servir para a dominação social de poucos sobre muitos tem na função ideológica a possibilidade de manter o sistema de relações de produção capitalista, a partir da construção de um aparato de dominação intelectual.


Tanto a lógica de mercantilização do ensino que contribui para o fortalecimento do sistema privado, quanto a desvalorização do ensino público são elementos que aprofundam a desigualdade social e fomentam a crise no sistema educacional brasileiro. A crise que se aprofunda no sistema público de educação está associada tanto a mercantilização do ensino, que se constata a partir das milhares de escolas privadas presenciais e a distância espalhadas por todo o país, quanto pela desvalorização do ensino público e criminalização do professor.


A instauração de um clima de perseguição, criminalização, censura e delação tem se traduzido em chacinas, atentados, intimidação, ameaças e violências diversas. Caminha-se a passos largos para a censura e os papeis já estão definidos; de um lado estão os delatores, os estudantes que cumprem o papel de acusadores e intimidadores e do outro os criminosos por exercerem com maestria sua profissão. Resta então reproduzir uma educação que exclua saberes, valores e conhecimentos, limitando o desenvolvimento pleno das crianças, adolescentes e jovens, impondo a eles uma versão extremamente limitada do mundo.



Deve-se refletir sobre as vantagens da implantação de uma escola que tem uma ideologia que persegue, censura, intimida, acusa, denuncia, vigia, prende e mata. A Escola Sem Partido é uma escola sem voz, que se opõe a liberdade, não aceita o diferente, não questiona, não reflete e retrocede; tem em sua essência o instinto de amputar toda e qualquer possibilidade de se sair do padrão, não considera que o ambiente escolar é diverso, seja na diversidade de sujeitos, realidades, contextos e espaços sociais; seja na mediação destas características e especificidades.



Como reflexo social há um efeito bárbaro destas transformações, constatada com a escalada do desemprego e a exclusão social, enquanto se reproduz ideologias que pensam em uma doutrinação do sujeito para que o mesmo permaneça na inércia, seguindo o estabelecido pela elite hegemônica; que vê na Escola sem Partido a possibilidade de delimitar o campo da Educação, além de servir para a dominação social de poucos sobre muitos, promovendo a manutenção do sistema de relações de produção capitalista a partir da construção de um arsenal de dominação ideológica e intelectual.




REFERÊNCIA


GUZZO, R S L; EUZEBIO A S F. Desigualdade social e sistema educacional brasileiro: a urgência da educação emancipadora. Escritos educ. [online]. 2005, vol.4, n.2 [citado 2019-05-01], pp. 39-48. Disponível em: . ISSN 1677-9843. Acesso em: 01/05/2019.

SANTOS A M. A educação no Brasil na atualidade. Disponível em: Acesso em: 01/05/2019.

SANTOS E G. A educação e as transformações na sociedade. Disponível em: Acesso em: 01/05/2019.

SOUZA A L S; MANHAS C; CARA D; CARREIRA D. A ideologia do movimento escola sem partido. Ação Educativa 1a edição São Paulo 2016. Disponível em: Acesso em: 01/05/2019.

20 de abr. de 2019

Leitura de mundo como liberdade de pensamento

Leitura de mundo como liberdade de pensamento

A leitura e a escrita são instrumentos que permitem a construção de sinapses ou associações de ideias, conceitos e contextos que instigam, levantam dúvidas, questionamentos além de esclarecer e trazer a razão, reforçam conceitos, ampliam a visão, despertam a curiosidade e o desejo pelo conhecimento, permitem a ampliação de possibilidades, solidificam e alicerçam valores, conceitos e visões de mundo, quebram paradigmas, desconstroem muros e ampliam horizontes.


O processo de aprendizado é muitas vezes influenciado por diversas questões, seja de necessidades básicas de sobrevivência como necessidade de trabalho, cansaço físico, fome, ou mesmo distrações que se antes eram lúdicas e permitiam interação; na atualidade, com o processo de predominância da individualidade, apenas alienam e despertam sentimentos de violência e dependência, casos como baleia azul, chacinas e terrorismo são assuntos que há uma década eram impensáveis para o ambiente e contexto escolar.


O processo de aprendizagem que se impõe, muitas vezes é prático, representado muito bem por uma vida de tarefas, atividades de gênero, que condicionam a sobrevivência e perpetuação ou repetição de um modo de vida. Nessas condições é passível questionar qual o horizonte que se pode ter, quais as escolhas possíveis possível ou ainda como quebrar este ciclo, todas que tentaram não conseguiram.


Por fim a limitação das possibilidades da vida, nos tornam escravos de nós mesmos, de modos, crenças e valores que querem nos fazer crer, que querem nos impor a todo custo, cabe a cada um de nós buscar internamente as motivações, sonhos, sentimentos, crenças e valores que rompam de vez com estes modelos de reprodução social e nos redirecionem ao propósito de realizar leituras, interpretações e escrita deste cômodo complexo que vivemos chamado planeta terra.

4 de nov. de 2018

Esquistossomose

Esquistossomose no Distrito Federal

Hoje iremos falar de uma das doenças infecciosas e parasitárias que acomete pessoas e pode evoluir sem nenhum sintoma, silenciosamente, ou até mesmo, apresentar-se de forma extremamente grave. Para refletirmos sobre a problemática que nos rodeia, é necessário a caraterização do cenário de possível transmissão.
 

Recursos hídricos 


O Distrito Federal localiza-se em uma região de terras altas, no centro do país, que servem
como dispersores das drenagens que fluem para três importantes bacias fluviais do Brasil: Prata,  Amazônica -Tocantins e São Francisco. As principais bacias do Distrito Federal – Rio Preto, Rio São Bartolomeu, Rio Descoberto e Rio Maranhão; drenam 95% das águas do território da região; sendo que o restante cabe as bacias do Rio Corumbá e Rio São Marcos.
O conhecimento ainda incipiente das condições reais das bacias, prejudicam o planejamento, o desenvolvimento de ações de fiscalização, preservação e recuperação de corpos hídricos do DF. Sabe-se que os corpos hídricos sofrem agressões pela proximidade de setores habitacionais, comerciais e áreas destinadas à agricultura, dentre as quais destaco o esgoto industrial e doméstico.

Saneamento básico


Segundo dados de acesso a rede de esgoto, divulgados pela Agência Nacional das Águas-ANA, o Distrito Federal é a única unidade da Federação que trata todo o esgoto que é coletado, ou seja, tudo o que se capta, passa por uma processo de purificação, devolvendo a água para o ambiente menos poluída, o que não é captado representa um percentual de exclusão de 17% da população, esta constatação leva a supor, que milhares de pessoas são obrigadas a conviver com fossas sépticas ou com esgoto a céu aberto. Para a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal- CAESB a carga orgânica que o DF deixa de coletar corresponde a 4,5mil toneladas de esgoto a céu aberto ou em fossas não declaradas por ano.

Doenças Relacionadas ao Saneamento  Ambiental Inadequado – DRSAI


Sabe-se que o destino inadequado de dejetos humanos causa diversos tipos de doenças, sendo o seu controle afetado diretamente pelo Saneamento Ambiental Inadequado, dentre as quais: ancilostomíase, ascaridíase, amebíase, coléra, diarreia infecciosa, disenteria bacilar, estrongiloidíase, febre tifoide, febre paratifoide, salmonelose, cisticercose, teníase e  esquistossomose.
Dentre as doenças supracitadas, destaco a esquistossomose, doença endêmica, que nas Américas afeta principalmente o Brasíl, atinge 19 unidades federativas, principalmente do nordeste, embora tenha alta prevalência em Minas Gerais.

Manutenção de transmissão da doença


https://brainly.com.br/tarefa/16240523

Os dejetos humanos lançados diretamente nos corpos hídricos, constituem-se de elementos ou microorganismos nocivos à saúde humana, por exemplo, se uma residência que lança esgoto diretamente num córrego, rio ou a céu aberto, tiver uma pessoa infectada pela “xistose”, esta contaminação pode resultar no ambiente perfeito para instalação de um foco de transmissão da doença, pois esta pessoa estará eliminando no ambiente ovos deste parasito; o que pode resultar  no  aumento  da  incidência  de  esquistossomose e ou outras doenças  e  reduzir a expectativa e qualidade  de vida.
Considerando que os locais com baixa cobertura de saneamento são ocupados por pessoas de baixo nível socioeconômico, em maior concentração, supõem-se que estas localidades contribuem favoravelmente para possível estabelecimento de foco isolado de transmissão, tendo em vista possíveis condições precárias de higiene e habitação, potencializada pelos movimentos migratórios, de caráter transitório ou permanente, de pessoas oriundas de áreas endêmicas de esquistossomose.

Supõe-se que estas localidades contribuem favoravelmente para possível estabelecimento de foco isolado de transmissão!

Caramujos de importância para a Saúde Pública


Estudos da fauna malacológica do Distrito Federal, realizada em 1978, identificaram a presença das espécies de importância epidemiológica para a manutenção do ciclo de transmissão da esquistossomose, ou seja, as coleções hídricas de água doce do Distrito Federal, são habitat do caramujo vetor, muito embora, não tenha identificado estudos recentes que corroborem com estes achados. Os “caramujos” podem ser encontrados em diferentes coleções hídricas, tais como: açudes, alagados, brejos, córregos, lagoas, lagos, valas de esgotos ou drenagem, riachos, rios e áreas de irrigação.
Two Asian Freshwater Snails Newly Introduced into South Africa and an Analysis of Alien Species Reported to Date - Scientific Figure on ResearchGate. Available from: https://www.researchgate.net/Shell-of-Biomphalaria-glabrata-collected-in-Durban-in-the-1980s-photos-C-Appleton_fig5_271198932 [accessed 4 Nov, 2018]
O verme causador da esquistossomose é um parasita que necessita, da participação de caramujos de água doce, do gênero Biomphalaria, para completar seu ciclo vital, ao parasitar o homem, irá viver nos vasos sanguíneos do intestino e fígado, eliminando ovos no ambiente. As pessoas parasitadas podem continuar eliminando ovos viáveis do S. mansoni em média por cinco, podendo chegar até mais de vinte anos.

Doença incapacitante


"Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), as consequências da esquistossomose para a saúde humana vão além dos danos físicos causados ao indivíduo, pois, o impacto da patologia reflete diretamente em sua qualidade de vida, sendo possível mensurar estes danos através dos  anos de vida perdidos, ajustados por incapacidades, parâmetro mais conhecido como DALYs (Disability-adjusted life years)".


O papel da Atenção Básica na prevenção e controle da doença


Destaca-se a importância das ações da Atenção Básica a Saúde, por meio da Estratégia Saúde da Família, para suspeição, notificação, investigação, conjuntamente com a Vigilância em Saúde, tratamento dos casos e acompanhamento do paciente após a alta, para controle de cura ou detecção de complicações advindas da doença. A facilidade de acesso da população aos profissionais que integram a equipe de saúde e a construção de vínculos, permitem uma interação que vai além da dicotomia médico paciente, é uma relação de afeto, de confiança, onde o cuidado vai além da visão meramente curativa, o olhar voltado para o território  e para a dinâmica da determinação social da doença, torna-se fator preponderante e condicionante, para identificar uma doença silenciosa, que por anos a fio, vai definhando seu hospedeiro e se perpetuando, contaminando e se multiplicando latentemente no meio ambiente.

 REFERÊNCIAS

1.   ANUÁRIO DO DF.Geografia - Cerrado: belezas que geram riquezas.  Disponível em: <http://www.anuariododf.c om.br/radiografia-do-df/geografia/>. Acesso em: 01/11/2018.                             

2.      BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância e controle de moluscos de importância epidemiológica. Diretrizes técnicas: Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose (PCE) / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica.– 2. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008.178 p.: il. color. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em: . Acesso em 03/11/2018.

3.  COIMBRA JR., C E A. Suscetibilidade à infecção pelo Schistosoma mansoni, de Biomphalaria glabrata e Biomphalaria tenagophila do Distrito Federal, Brasil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 15, n. 5, p. 485-489, out. 1981. Disponível em: . Acesso em: 02/11/2018.

4.    GOMES, E C S. Esquistossomose: manejo clínico e epidemiológico na atenção básica / Elainne C. S. Gomes, Ana Lúcia C. Domingues, Constança S. Barbosa. - Recife: Fiocruz Pernambuco, 2017.  144 p.

5.  IBRAM. Recursos Hídricos. Disponível em: < http://www.ibram.df.gov.br/recursos-hidricos/>. Acesso em: 01/11/2018.

6.    KATZ N. Inquérito Nacional de Prevalência da Esquistossomose mansoni e Geo-helmintoses/Naftale Katz. – Belo Horizonte: CPqRR, 2018.

7. NETO M D A. Breves notas sobre rios e redes hidrográficas do Distrito Federal. Disponível em:<http://www.ihgdf.com.br/breves-notas-sobre-rios-e-redes-hidrograficas-do-distrito-fede ral/>. Acesso em: 01/11/2018.        
                                                     
8.    SITE G1. Distrito Federal trata todo o esgoto coletado, mas deixa 17% da população a margem do sistema, diz estudo. Disponível em: . G1 DF 28/09/2017 08h40. Acesso em 01/011/2018.

9.     SITE G1. Negligenciada, esquistossomose tem transmissão descontrolada no MA. . Acesso em 02/11/2018.