Reflexões para estimular e despertar a emancipação do sujeito; contribuindo para construção do conhecimento crítico e científico na temática de saúde, educação e direitos humanos

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4 de abr. de 2021

Sociedade

 Sociedade de poetas mortos: reflexões e impressões

A vela simboliza a luz do conhecimento, já para as religiões tem outra conotação, sendo luz para o caminho ou para a caminhada, para enfermeiros, antes de existir eletricidade, era a possibilidade de romper com a escuridão e levar cuidados. Quando se fala em conhecimento, fico pensando o porquê de raciocinar, refletir sobre algo e ficar somente para si, não confrontá-lo com a escuridão, pensar sobre daquilo que pode ser luz ou trevas a depender do que se conhece, que tornou-se claro, que está no campo da consciência ou mesmo ainda desconhecido.

Tradição, honra, disciplina e mérito é o que a tradicional escola burguesa oferece; o enfoque que se deu está completamente voltado para o modelo de educação e formação de jovens para perpetuarem um sistema politicamente correto e tradicionalmente aceito. Rigor no método de aprendizagem ignorava questões que pudessem despertar qualquer tipo de inspiração que não fosse pura e simplesmente racional.

Será que a mudança no mundo é mesmo promovida por palavras e ideias e só isso basta? A comoção gerada em consequência de palavras será capaz de promover as mudanças necessárias? Acreditar que a força de um pensamento pode realizar mudanças, baseando-se apenas em uma afirmação descontextualizada, me leva a refletir que o conhecimento é capacidade de convencer-se e motivar-se a agir, querer, buscar e superar a si mesmo.

Viajar em pensamentos, fazer correlações, saber ler e entender o que não está escrito, mas escondido, como se uma vírgula quisesse interromper uma ideia ou afirmação. O professor estimula, instiga para que o aluno busque trazer o que melhor tem dentro de si, mas a escola é um mix de diversidade e ao considerar todos os estímulos externos, vivenciados e experienciados ao longo dos anos, podem ter produzido reforços não apenas positivos, mas também negativos, que certamente estarão presentes no ambiente escolar, as cicatrizes de vida podem ter deixado marcas indeletáveis.

A diversidade de conotações da construção do conhecimento, não permite que todos caminhem em um mesmo ritmo, do mesmo jeito, com a mesma frequência de passos ou respiração, com os mesmos movimentos. Respeitar a diversidade e o caminhar do jeito de cada um vai de encontro a uma escola que não quer produzir um “caminhão de abóboras japonesas” a cada ano ou peça única em larga escala.

5 de jan. de 2020

Ética na atualidade


Embora não seja um pensador legitimado do campo da ética, gostaria de expor apartir de um texto, já publicado neste blog anteriormente, da autora Márcia Tiburi, sobre a ética no mundo contemporâneo. Tomo a liberdade de me basear no texto da autora e reescrevê-lo com as minhas inquietações, portanto não se trata de uma cópia, mas baseando-me em sua dissertação ouso expressar algo que tem me incomodado muito, da mesma forma, se não te incomoda pode ser que apartir destas reflexões te levem a compreender e ampliar sua visão sobre algo que enraigado no tecido social, nos permite refletir sobre as relações humanas.
A palavra ética aparece em muitos contextos de nossas vidas.  Fala-se sobre ética em tom de clamor por salvação. A esperança externalizada por alguns, reafirma, exige ou reclama sobre a falta de ética, mas nem sempre é possível o entendimento sobre o que se quer dizer, ao se gritar e reclamar da falta de ética presente no mundo contemporâneo.

Porque se exige a ética do outro? Porque se deseja tanto a ética? Baseado nestas exigências ou neste desejo o que se avançou?


A sociedade está vivendo uma dualidade entre a aspiração, o desejo pela ética e sua aplicabilidade nas relações humanas, profissionais, religiosas, políticas etc. Percebe-se que há um abismo entre o desejo e o ato de ser ou tornar-se ético. Desenvolver reflexões, pensamento crítico, postura desalienante, pró ativa, que busque não a verdade da fé ou do conhecimento do senso comum.
Desvendar esta dinâmica do comportamento individual e suas interfaces requer o entendimento sobre o que é agir com e sem ética e como mergulhar-se em ações éticas, não na ceara global, da política internacional, nacional, mas aquela ética que permeia o convívio social, seja de grupos de trabalho, condomínio, igreja, escola e diversos outros.
Observa-se nas redes sociais, diversas manifestações hora de repúdio, hora de apoio a este ou aquele ataque terrorista, a este ou aquele movimento, conforme agenda e circunstância, mas a ética que invoco nestas linhas está além da mera indignação moral motivada por emoções instantâneas, que tantos acham magnífico compartilhar, publicar, twittar. O ato de expressar seu pensamento, sua emoção, vai além da publicação em si, demonstra o quão sensível ou insensível é aquele que compartilha um post, publica ou twitta.
Mas uma indignação de rede social, não basta! Emoções fortuitas em relação à política, a religião, a desastres, à miséria ou à violência passam, até o próximo fenômeno chegar e efervescer nova comoção social e então tudo continua como dantes.

O próximo passo deve ser dado, persistir na indignação e comoção e resignificá-la, de modo que emoções indignadas se transformem em sensibilidade elaborada, que sustente ações boas e justas (objetivo de qualquer ética).


O que é preciso para que a sociedade se aproprie deste conceito ou compreenda o sentido comum da reivindicação ética, ainda não é conhecido, mas percebe-se que, falta a esta sociedade capitalista o diálogo, a capacidade de expor e ouvir o que pode ser ética.
Desejar a ética, mas sem diálogo é impossível, como resultado tem-se o que hoje se considera como o triunfo da ignorância e intolerância, legitimado apartir do politicamente correto, consagrado nas redes pelas fakenews.
O culto propagado ao não intelectualismo, tem levado o pensamento coletivo a cultuar a irracionalidade, a desvalorização da ciência, mas me pergunto:

— Quem está preocupado no cenário atual a entender do que se trata? Que fenômeno mais desumano é este que domina o pensamento coletivo? Alguém está preocupado em discutir ética para além dos códigos de ética profissional?


A sociedade brasileira, com toda a sua construção coletiva, tem a ética como princípio além de um mero parágrafo garantido na constituição?
Por não compreender o que fundamenta a ética, seu significado estrutural para cada sujeito e para a sociedade como um todo, perde-se no horizonte a possibilidade de realização.
A ética não é uma escolha de vida, a todo momento deixa-se a ética bailar pela vida, pois se quer se sabe que ela está a bater e até mesmo dançar em nossa porta existencial; mas se ainda assim você se pergunta ou suscita no fundo de sua existência o que fazer para ser ético, está cometendo também um erro, pois ser ético não é uma mera condição ou um momento, torna-se um exercício, um modo de comportamento, de decisão sobre o convívio e o modo de compartilhar valores, a liberdade e a própria existência.
A ética pauta e dá sentido à convivência e supera o já conhecido e importante respeito ao limite próprio e alheio. Como a ética diz respeito à relação entre um “eu” e um “tu”, ela envolve pensar o outro, o seu lugar, o seu lugar de fala, sua vida, sua potencialidade, seus direitos, como eu o vejo e como posso defendê-lo.

Portanto só é ético aquele que enfrenta o limite da própria ação, da racionalidade que a sustenta e da luta pela construção de uma sensibilidade que possa dar sentido à “felicidade política”, ou seja, uma vida justa e boa no universo público.


A felicidade na vida privada – que hoje também se tornou debate em torno do qual cresce a ignorância, depende de uma compreensão ética de mundo.
O que o mundo, a América Latina e mais especificamente o Brasil está vivendo, requer um resgate de ressignificação ética como um trabalho de lucidez, quanto ao que está se fazendo com o presente, sobretudo, com o que nele está sendo plantado, pois novos rumos estão sendo definidos para o futuro.
A renovação da capacidade de diálogo e retomada de um projeto de sociedade no qual o bem de todos esteja realmente em vista deveria ser a agenda do dia.

*Texto baseado em Márcia Tiburi. Publicado no Jornal O Estado de Minas, Domingo, 22 de abril de 2007 Retirado do Blog:http://omundocomoelee.blogs pot.com/2009/12/o-que-e-etica-hoje.html
https://fabianoenfermeiro.blogspot.com/2009/12/reflexao-sobre-etica-na-atualidade.html

20 de abr. de 2019

Leitura de mundo como liberdade de pensamento

Leitura de mundo como liberdade de pensamento

A leitura e a escrita são instrumentos que permitem a construção de sinapses ou associações de ideias, conceitos e contextos que instigam, levantam dúvidas, questionamentos além de esclarecer e trazer a razão, reforçam conceitos, ampliam a visão, despertam a curiosidade e o desejo pelo conhecimento, permitem a ampliação de possibilidades, solidificam e alicerçam valores, conceitos e visões de mundo, quebram paradigmas, desconstroem muros e ampliam horizontes.


O processo de aprendizado é muitas vezes influenciado por diversas questões, seja de necessidades básicas de sobrevivência como necessidade de trabalho, cansaço físico, fome, ou mesmo distrações que se antes eram lúdicas e permitiam interação; na atualidade, com o processo de predominância da individualidade, apenas alienam e despertam sentimentos de violência e dependência, casos como baleia azul, chacinas e terrorismo são assuntos que há uma década eram impensáveis para o ambiente e contexto escolar.


O processo de aprendizagem que se impõe, muitas vezes é prático, representado muito bem por uma vida de tarefas, atividades de gênero, que condicionam a sobrevivência e perpetuação ou repetição de um modo de vida. Nessas condições é passível questionar qual o horizonte que se pode ter, quais as escolhas possíveis possível ou ainda como quebrar este ciclo, todas que tentaram não conseguiram.


Por fim a limitação das possibilidades da vida, nos tornam escravos de nós mesmos, de modos, crenças e valores que querem nos fazer crer, que querem nos impor a todo custo, cabe a cada um de nós buscar internamente as motivações, sonhos, sentimentos, crenças e valores que rompam de vez com estes modelos de reprodução social e nos redirecionem ao propósito de realizar leituras, interpretações e escrita deste cômodo complexo que vivemos chamado planeta terra.