Reflexões para estimular e despertar a emancipação do sujeito; contribuindo para construção do conhecimento crítico e científico na temática de saúde, educação e direitos humanos

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21 de ago. de 2019

Multiletramentos

A difusão de novas competências pela BNCC: os multiletramentos e o ensino da linguagem na era de novas tecnologias

Artigo: “A difusão de novas competências pela BNCC: os multiletramentos e o ensino da linguagem na era das novas tecnologias”
Autor: Cicero Nestor Pinheiro Francisco

Ao iniciar o artigo, o autor estabelece conexões com os esforços para a promoção dos fundamentos pedagógicos propostos pela BNCC e o reconhecimento dos multiletramentos como forma de promover a integralidade da educação, uma vez que vivemos na era em “que todos os aspectos da vida, incluindo as atividades cotidianas, as práticas de trabalho e o mundo da aprendizagem, são transformados pelas tecnologias digitais” (BARTON; LEE, 2015, p. 11-12).
Infere que para a compreensão do que se entende por multiletramentos é necessária a compreensão do que é o letramento e de como estes estudos situam-se em relação ao aprendizado da linguagem.
Expressa que ainda que alguém não domine completamente os processos de codificação e de decodificação da escrita, ou seja, ainda que uma pessoa não seja alfabetizada, essa pessoa pode ser considerada como alguém letrada (SOARES, 2010), neste sentido uma pessoa que pode diferenciar uma notícia de jornal de uma piada demonstra graus de letramento, mesmo que essa pessoa não consiga ler nenhum desses dois gêneros textuais caso isso lhe fosse solicitado.
Desenvolve o artigo partindo do pressuposto que é necessário uma diferenciação entre o que vem a ser a concepção de letramentos diversos e multiletramentos.
Relata que a concepção dos multiletramentos comunicativos foi desenvolvida para ampliar as abordagens tradicionais sobre os letramentos que focavam, inicialmente, seus estudos em processos envolvendo apenas textos escritos, que o Grupo Nova Londres (GNL) conceitua como “(...) formas de linguagem formalizadas, monolíngues, monoculturais.
Fala que o GNL escolheu uma única palavra – multiletramentos - para descrever as necessidades pedagógicas da atualidade e defende a reflexão dos professores sobre dois aspectos do multiletramento, sendo que o primeiro tem a ver com a crescente forma de se fazer significados, uma vez que os aspectos textuais também estão relacionados aos visuais, auditivos, espaciais, as formas de comunicação de massa e multimídia, entre outros, já o segundo aspecto evidencia o incremento das diversidades locais (valorização das mulheres, inclusão de povos indígenas, imigrantes etc.) e sua relação de conexão com os padrões globais, onde se reflete justamente sobre a postura pedagógica adequada para trabalhar aspectos locais e os padrões de comunicação global, evidenciando a importância de lidar com a crescente multiculturalidade (cultura local associada à cultura global) intensificada pelo emprego das novas tecnologias.
Deixa claro que a Pedagogia dos Multiletramentos visa criar condições de acesso ao pleno desenvolvimento dos educandos com vistas à ativa participação social.
Reforça a ideia de que os professores atuam como designers do conhecimento, ou seja, pessoas que projetam processos e ambientes para a aprendizagem e não mais pessoas que digam o que os outros devem fazer ou como devem pensar.
Defende o pensamento de que cada vez mais o uso das tecnologias provoca mudança em nossa cultura, afeta o modo como realizamos nossas atividades e, por isso, são necessárias novas competências multiletradas como prerrogativa para a realização de atividades cotidianas.
Explana ainda que a concepção de multiletramentos envolve a multiplicidade de culturas e a multiplicidade de linguagens provenientes dessas culturas (inclusive a cultura digital).
Enfatiza que o fato de a escola possibilitar variadas práticas sociais de fomento às habilidades multiletradas possivelmente incidirá na efetivação das práticas educacionais propostas pelos fundamentos pedagógicos preconizados pela BNCC.
Neste contexto, ao tratar do componente Língua Portuguesa, sugere que a BNCC visa à ampliação dos letramentos dos alunos nos processos comunicativos, uma vez que o documento reconhece a utilização de novas ferramentas para a efetivação da comunicação além de destacar à necessidade de novas habilidades para que os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental possam lidar com estas práticas.
Outra questão importante abordada é a valorização do diferente, proporcionando a abertura da escola às mudanças proporcionadas pela modernidade, em detrimento das práticas fechadas e estanques que já se viu no ambiente escolar.
Evidencia que as discussões desenvolvidas têm como objetivo demonstrar que a linguagem ideal estabelecida pelo uso dos multiletramentos é aquela que seja capaz de trabalhar com o novo, com os novos processos de comunicação (novos gêneros, novas semioses etc.) sem deixar de lado o cuidado com o respeito e com a valorização das diversas culturas que se cruzam na construção/transmissão das mensagens.
Como caminho metodológico explica que o estudo buscou interpretar os dados, obtidos a partir da leitura da BNCC, à luz das teorias dos multiletramentos propostas pelo GNL, por Rojo e Moura (2012) e demais pesquisadores, de forma a destacar as similaridades no emprego das teorias envolvendo os conceitos de multiletramentos e de como tais aplicações podem auxiliar na formação de uma proposta que vise capacitar os alunos para atuar mais eficazmente nos processos comunicativos advindos do contato com várias culturas e amplificados pelo uso das novas tecnologias.
Como resultado do estudo, apresenta uma análise crítica partindo do pressuposto que não se pode a curto prazo, tentar mensurar os resultados do emprego de práticas multiletradas na escola.
Pensa que o uso de novas tecnologias, como a internet, contribui para a expansão e compartilhamento de informações, reduz distâncias, amplia os laços entre as pessoas, enfim, promove mudanças que aproximam as diversas culturas.
Reflete que embora a previsão da BNCC situa-se no modelo de ensino, os agentes das escolas públicas sabem que há graves problemas estruturais sem a resolução dos quais, fica-se de mãos atadas para inovar no trabalho pedagógico.
Observa que mais materiais deveriam ser disponibilizados no site do Ministério da Educação com o intuito de preparar os professores para atuar na educação básica visando atingir os objetivos propostos pela BNCC.
Afirma que a prática de utilização da linguagem requer encontros, quebra de paradigmas, sobretudo na atual velocidade de transformação social, toda língua viva evolui, assim como toda cultura vira se transforma; de forma contínua com vistas a melhorar as práticas comunicativas sociais; que apenas com o devido tempo e com a contínua aplicação dos conceitos sobre os multiletramentos é que os alunos poderão desenhar novas formas de comunicação para uma efetiva participação social, uma vez que a escola tenha cumprido seu papel de prepará-los para, através da dimensão linguística, exercer as demais atividades que deles se esperam.
Por fim, destaca às proposições da BNCC para o ensino da linguagem e traz para análise competências necessárias para a formação dos estudantes na era de emprego das novas tecnologias no ambiente escolar.
Reconhece que o uso de novas tecnologias incita a prática de novas ações pedagógicas que configura a utilização de competências relacionadas aos multiletramentos. Percebe que a BNCC mostra-se comprometida com o desenvolvimento de competências que consigam dar conta de abarcar as possíveis mudanças nas práticas de comunicação de uma sociedade cultural e linguisticamente cada vez mais globalizada, através de políticas de articulação e integração de conhecimentos usados conjuntamente para se criar uma referência na educação nacional.

REFERÊNCIA

FRANCISCO C N P. A difusão de novas competências pela bncc: Os multiletramentos e o ensino da Linguagem na era das novas tecnologias. Educação e Tecnologia para Humanização da Escola. XVI Congresso Internacional de Tecnologia na Educação. Pernambuco, 2018, p14. 


20 de abr. de 2019

Leitura de mundo como liberdade de pensamento

Leitura de mundo como liberdade de pensamento

A leitura e a escrita são instrumentos que permitem a construção de sinapses ou associações de ideias, conceitos e contextos que instigam, levantam dúvidas, questionamentos além de esclarecer e trazer a razão, reforçam conceitos, ampliam a visão, despertam a curiosidade e o desejo pelo conhecimento, permitem a ampliação de possibilidades, solidificam e alicerçam valores, conceitos e visões de mundo, quebram paradigmas, desconstroem muros e ampliam horizontes.


O processo de aprendizado é muitas vezes influenciado por diversas questões, seja de necessidades básicas de sobrevivência como necessidade de trabalho, cansaço físico, fome, ou mesmo distrações que se antes eram lúdicas e permitiam interação; na atualidade, com o processo de predominância da individualidade, apenas alienam e despertam sentimentos de violência e dependência, casos como baleia azul, chacinas e terrorismo são assuntos que há uma década eram impensáveis para o ambiente e contexto escolar.


O processo de aprendizagem que se impõe, muitas vezes é prático, representado muito bem por uma vida de tarefas, atividades de gênero, que condicionam a sobrevivência e perpetuação ou repetição de um modo de vida. Nessas condições é passível questionar qual o horizonte que se pode ter, quais as escolhas possíveis possível ou ainda como quebrar este ciclo, todas que tentaram não conseguiram.


Por fim a limitação das possibilidades da vida, nos tornam escravos de nós mesmos, de modos, crenças e valores que querem nos fazer crer, que querem nos impor a todo custo, cabe a cada um de nós buscar internamente as motivações, sonhos, sentimentos, crenças e valores que rompam de vez com estes modelos de reprodução social e nos redirecionem ao propósito de realizar leituras, interpretações e escrita deste cômodo complexo que vivemos chamado planeta terra.