Reflexões para estimular e despertar a emancipação do sujeito; contribuindo para construção do conhecimento crítico e científico na temática de saúde, educação e direitos humanos

5 de out. de 2020

Treinamento para surdos

 

As recomendações da American Hearth Association, evidenciam o quão é relevante o ensino da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) para pessoas que não sejam da área de saúde. Pode significar a garantia de sobrevivência das vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR), seja em locais comuns de circulação de pessoas ou ocupação de qualquer espaço.

Diante desta premissa, sabe-se que a comunidade surda não possui nenhum prejuízo cognitivo ou motor, para a construção do conhecimento ou aquisição de aprendizagem, embora tenham o comprometimento auditivo. Este fator pode dificultar o acesso a informação e formação, sobre como identificar uma PCR, bem como adquirir habilidades técnicas básicas para sua realização.

Parte-se da constatação de que falta  materiais educativos de saúde, disponíveis na língua de sinais, além do enfrentamento diuturno, muitas vezes dentro de sua própria casa, das barreiras de uso da comunicação convencional.

Sendo assim, a construção de estratégias que promovam o acesso a informação e formação sobre como identificar uma PCR, com foco na inclusão de pessoas surdas, é fundamental para a integração e contribuição na inclusão e construção de sua autonomia, enquanto sujeitos, dotados de habilidades que podem significar a garantia de sobrevivência das vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR), seja em locais comuns de circulação de pessoas ou ocupação de qualquer espaço.

2 de out. de 2020

Hanseníase

Webnário - Tratamento da Hanseníase na Região Centro – Oeste 


O Ministério da Saúde vai realizar no dia 08 de outubro de 2020 às 9 horas  o Webinário: 

"Tratamento da Hanseníase na Região Centro – Oeste, o objetivo é discutir casos referente ao tratamento de hanseníase

Como participar do evento?

É só clicar neste link: http://mediacenter.aids.gov.br/

Tem como público alvo profissionais de saúde, gestores e todos aqueles que tenham interesse no tema.

Você é profissional de saúde? Não perca esta oportunidade! Se você não for profissional de saúde mas deseja conhecer um pouco mais sobre esta doença milenar participe conosco.


30 de set. de 2020

Tuberculose

Enfrentar a Tuberculose no Distrito Federal

O Brasil está entre os 30 países de alta carga para Tuberculose, considerado prioritário pela Organização Mundial de Saúde para o controle da doença no mundo. A tuberculose é um importante problema de saúde pública, que afeta principalmente a população em condições de vulnerabilidade. É curável em aproximadamente 100% dos casos, desde que o tratamento seja iniciado e finalizado, sem desistência do paciente antes da finalização do esquema terapêutico.


Para enfrentar a tuberculose no Distrito Federal, foi elaborado o Plano de Enfrentamento da Tuberculose e agora encontra-se disponível para consulta pública. O Plano tem como compromisso e objetivo reduzir a ocorrência de tuberculose no Distrito Federal para menos de 10 casos para cada 100 mil habitantes. 

Diante deste desafio, as metas e estratégias do Plano de Enfrentamento da Tuberculose ratificam o compromisso da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, com a política Nacional e Global, expressa no Plano Nacional até 2035.

A implementação do Plano de Enfrentamento da Tuberculose no Distrito Federal, exigirá que as Regiões de Saúde avancem, para além do alcance das metas operacionais, desenvolvam e monitorem as ações correspondentes aos pilares estruturais contemplados no Plano: prevenção e cuidado integrado centrados na pessoa com tuberculose, políticas arrojadas e sistema de apoio e intensificação da pesquisa e inovação.

Período da consulta: 30 de setembro à 18 de outubro de 2020.

Clique aqui para conhecer o plano: Plano de Enfrentamento da Tuberculose no Distrito Federal e Pilares

Clique aqui: Consulta Pública do Plano de Enfrentamento da Tuberculose

Segue o link da matéria na íntegra do site da SESDF 

Plano de Enfrentamento da Tuberculose no Distrito Federal

5 de jan. de 2020

Ética na atualidade


Embora não seja um pensador legitimado do campo da ética, gostaria de expor apartir de um texto, já publicado neste blog anteriormente, da autora Márcia Tiburi, sobre a ética no mundo contemporâneo. Tomo a liberdade de me basear no texto da autora e reescrevê-lo com as minhas inquietações, portanto não se trata de uma cópia, mas baseando-me em sua dissertação ouso expressar algo que tem me incomodado muito, da mesma forma, se não te incomoda pode ser que apartir destas reflexões te levem a compreender e ampliar sua visão sobre algo que enraigado no tecido social, nos permite refletir sobre as relações humanas.
A palavra ética aparece em muitos contextos de nossas vidas.  Fala-se sobre ética em tom de clamor por salvação. A esperança externalizada por alguns, reafirma, exige ou reclama sobre a falta de ética, mas nem sempre é possível o entendimento sobre o que se quer dizer, ao se gritar e reclamar da falta de ética presente no mundo contemporâneo.

Porque se exige a ética do outro? Porque se deseja tanto a ética? Baseado nestas exigências ou neste desejo o que se avançou?


A sociedade está vivendo uma dualidade entre a aspiração, o desejo pela ética e sua aplicabilidade nas relações humanas, profissionais, religiosas, políticas etc. Percebe-se que há um abismo entre o desejo e o ato de ser ou tornar-se ético. Desenvolver reflexões, pensamento crítico, postura desalienante, pró ativa, que busque não a verdade da fé ou do conhecimento do senso comum.
Desvendar esta dinâmica do comportamento individual e suas interfaces requer o entendimento sobre o que é agir com e sem ética e como mergulhar-se em ações éticas, não na ceara global, da política internacional, nacional, mas aquela ética que permeia o convívio social, seja de grupos de trabalho, condomínio, igreja, escola e diversos outros.
Observa-se nas redes sociais, diversas manifestações hora de repúdio, hora de apoio a este ou aquele ataque terrorista, a este ou aquele movimento, conforme agenda e circunstância, mas a ética que invoco nestas linhas está além da mera indignação moral motivada por emoções instantâneas, que tantos acham magnífico compartilhar, publicar, twittar. O ato de expressar seu pensamento, sua emoção, vai além da publicação em si, demonstra o quão sensível ou insensível é aquele que compartilha um post, publica ou twitta.
Mas uma indignação de rede social, não basta! Emoções fortuitas em relação à política, a religião, a desastres, à miséria ou à violência passam, até o próximo fenômeno chegar e efervescer nova comoção social e então tudo continua como dantes.

O próximo passo deve ser dado, persistir na indignação e comoção e resignificá-la, de modo que emoções indignadas se transformem em sensibilidade elaborada, que sustente ações boas e justas (objetivo de qualquer ética).


O que é preciso para que a sociedade se aproprie deste conceito ou compreenda o sentido comum da reivindicação ética, ainda não é conhecido, mas percebe-se que, falta a esta sociedade capitalista o diálogo, a capacidade de expor e ouvir o que pode ser ética.
Desejar a ética, mas sem diálogo é impossível, como resultado tem-se o que hoje se considera como o triunfo da ignorância e intolerância, legitimado apartir do politicamente correto, consagrado nas redes pelas fakenews.
O culto propagado ao não intelectualismo, tem levado o pensamento coletivo a cultuar a irracionalidade, a desvalorização da ciência, mas me pergunto:

— Quem está preocupado no cenário atual a entender do que se trata? Que fenômeno mais desumano é este que domina o pensamento coletivo? Alguém está preocupado em discutir ética para além dos códigos de ética profissional?


A sociedade brasileira, com toda a sua construção coletiva, tem a ética como princípio além de um mero parágrafo garantido na constituição?
Por não compreender o que fundamenta a ética, seu significado estrutural para cada sujeito e para a sociedade como um todo, perde-se no horizonte a possibilidade de realização.
A ética não é uma escolha de vida, a todo momento deixa-se a ética bailar pela vida, pois se quer se sabe que ela está a bater e até mesmo dançar em nossa porta existencial; mas se ainda assim você se pergunta ou suscita no fundo de sua existência o que fazer para ser ético, está cometendo também um erro, pois ser ético não é uma mera condição ou um momento, torna-se um exercício, um modo de comportamento, de decisão sobre o convívio e o modo de compartilhar valores, a liberdade e a própria existência.
A ética pauta e dá sentido à convivência e supera o já conhecido e importante respeito ao limite próprio e alheio. Como a ética diz respeito à relação entre um “eu” e um “tu”, ela envolve pensar o outro, o seu lugar, o seu lugar de fala, sua vida, sua potencialidade, seus direitos, como eu o vejo e como posso defendê-lo.

Portanto só é ético aquele que enfrenta o limite da própria ação, da racionalidade que a sustenta e da luta pela construção de uma sensibilidade que possa dar sentido à “felicidade política”, ou seja, uma vida justa e boa no universo público.


A felicidade na vida privada – que hoje também se tornou debate em torno do qual cresce a ignorância, depende de uma compreensão ética de mundo.
O que o mundo, a América Latina e mais especificamente o Brasil está vivendo, requer um resgate de ressignificação ética como um trabalho de lucidez, quanto ao que está se fazendo com o presente, sobretudo, com o que nele está sendo plantado, pois novos rumos estão sendo definidos para o futuro.
A renovação da capacidade de diálogo e retomada de um projeto de sociedade no qual o bem de todos esteja realmente em vista deveria ser a agenda do dia.

*Texto baseado em Márcia Tiburi. Publicado no Jornal O Estado de Minas, Domingo, 22 de abril de 2007 Retirado do Blog:http://omundocomoelee.blogs pot.com/2009/12/o-que-e-etica-hoje.html
https://fabianoenfermeiro.blogspot.com/2009/12/reflexao-sobre-etica-na-atualidade.html

4 de out. de 2019

Relações afetivas

Estimular a leitura através de relações afetivas 

“Formação de leitores: a dimensão afetiva na mediação da família”
AUTOR: Isabela Ramalho Orlando e Sérgio Antônio da Silva Leite

INTRODUÇÃO

O estudo tem como objetivo descrever e analisar a dimensão afetiva nas situações de mediação entre o sujeito e as práticas de leitura literária, enfatizando os processos de mediação ocorridos no ambiente familiar. Parte da premissa que a mediação realizada pela família poderá ser um fator fundante para a constituição do indivíduo como leitor autônomo.
AFETIVIDADE

A afetividade é um conceito amplo, ocorre por meio da apropriação da cultura pelo indivíduo, principalmente através das relações interpessoais; são as trocas e construções estabelecidas na interação com o “outro” que permitem ao indivíduo caracterizar- -se como um sujeito único, com base na construção de um universo simbólico pessoal.
Vygotsky (1998) considera que o indivíduo se apropria dos elementos da cultura através das interações sociais e que sua relação com o mundo ocorre por meio da intervenção de sistemas simbólicos, sendo que a fala desempenha um papel fundamental nesse processo, quando se interioriza e passa a constituir o pensamento verbal.
O autor se baseia nos conceitos elaborados por Wallon, que diferencia os conceitos de afetividade e de emoção: afetividade refere-se a um conjunto amplo de manifestações que envolvem emoções (origem biológica) e sentimentos (origem psicológica); desenvolve-se através da apropriação dos sistemas simbólicos culturais.
As relações que se estabelecem entre sujeito e objeto são também afetivas, ou seja, não se reduzem apenas à dimensão cognitiva. Portanto, tais relações provocam, no sujeito, impactos afetivos internos e subjetivos, positivos ou negativos, dependendo da qualidade da relação vivenciada.

LEITURA

A leitura literária é uma prática cultural que pode ser considerada fundamental para a plena inserção do indivíduo na sociedade, uma vez que lhe possibilita acesso aos bens culturais, aprimoramento de sua condição pessoal e de sua compreensão da realidade para nela intervir (Grotta, 2000).
busca mapear os costumes e as práticas de leitura, levando em consideração a relação do leitor com sua comunidade e seu momento histórico.
Expressa o pensamento de que as ideias descritas por Freire, Chartier, Petit e Certeau, permitem a percepção de que a leitura possibilita ao sujeito dialogar com as ideias do autor e, assim, revisar e aprimorar suas ideias e valores, ampliando seu universo pessoal. Pode-se supor que tais processos estão fortemente presentes no caso da leitura literária.

RESULTADOS

Nesta pesquisa, os Núcleos Temáticos indicam os aspectos relacionados às dimensões afetivas identificadas nas experiências de leitura literária relatadas pelos sujeitos, com ênfase no ambiente familiar. A etapa final da organização desses dados, realizada exclusivamente pelos pesquisadores, foi a construção de uma matriz única, a partir das matrizes com as falas dos três sujeitos, respectivamente. Essa matriz final aborda os seguintes Núcleos Temáticos, comuns no processo de constituição de leitor dos três sujeitos: Vivências de leitura; Práticas de leitura na escola; Papel da Família; Papel dos Amigos; O Namorado; Acesso aos livros; O impacto da leitura.

MEDIAÇÃO DA FAMÍLIA

Os relatos dos três sujeitos mostram que os familiares foram mediadores de grande impacto. A contação de histórias na infância, geralmente realizada pela mãe ou pelo pai, é carregada de marcas afetivas positivas e são as primeiras lembranças dos sujeitos em relação à leitura.
Os sujeitos relatam que, ao longo de suas vidas, tiveram suporte dos familiares que garantiu o acesso aos livros. Esse suporte se deu de diversas formas: empréstimo de livros de coleções particulares; compra de livros e gibis, muitas vezes em sebos, por terem preços mais acessíveis; visitas a feiras de livros. Eles ressaltam que, desde a infância, tinham acesso aos livros que havia em suas casas, além de permissão para manuseá-los e lê-los. Essa facilidade foi, do ponto de vista dos sujeitos, determinante para que estabelecessem vínculos positivos com esse material.

OUTROS MEDIADORES IDENTIFICADOS

As práticas de leitura na escola tiveram diferentes impactos ao longo da vida dos sujeitos: muitas vezes o material lido era considerado desinteressante pelos sujeitos ou eles desmotivavam-se em razão das atividades avaliativas propostas.
Pode-se observar, nos três relatos, a influência que o professor de literatura do Ensino Médio exerceu na constituição dos sujeitos como leitores autônomos. Seus professores de literatura foram responsáveis por guiar a transição da adolescência para a vida adulta, e orientar os sujeitos.

DISCUSSÃO

A autora buscou investigar o processo de constituição do leitor literário, destacando o papel da família nesse processo e tendo como base os estudos acerca do desenvolvimento humano de Wallon e Vygotsky.
Cada um dos participantes da pesquisa trouxe uma história singular de envolvimento com a leitura. No entanto, foi possível agrupar aspectos comuns do processo de formação de leitor desses sujeitos, especialmente sobre a mediação realizada pelos familiares, e, dessa maneira, foi possível elaborar considerações sobre a importância dos conteúdos afetivos das mediações vivenciadas pelo sujeito para sua constituição como leitor autônomo.
O movimento de aproximação desses sujeitos com as práticas sociais de leitura foi, certamente, determinado por esses conteúdos afetivos positivos, presentes em cada mediação descrita por eles.
A afetividade desenvolve-se ao longo da vida, sendo que esse processo está relacionado às conquistas no plano cognitivo; ao mesmo tempo, o desenvolvimento cognitivo depende dos vínculos afetivos. A aquisição de novas estratégias de comunicação permite formas mais complexas de manifestações afetivas, como o diálogo, o respeito e a atenção
Vygotsky (1998) destaca que, através da imitação, as crianças podem executar ações que estão além de suas capacidades, de modo que imitar configura-se como parte importante do processo de desenvolvimento do sujeito. Portanto, mesmo ações que não eram dirigidas aos sujeitos, como a rotina e hábitos de leitura dos pais, influenciaram, ainda que de forma indireta, na relação que os sujeitos estabeleceram com a leitura literária.
Segundo Wallon (2002/2007), no desenvolvimento humano, cognição e afetividade são complementares. O relato descrito no parágrafo anterior exemplifica essa complementaridade entre cognição e afetividade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No ambiente familiar, os sujeitos iniciaram seu contato não só com a prática da leitura, mas também com a leitura do mundo. Assim, durante a infância, os familiares foram os principais responsáveis por mediar o contato entre o sujeito e a cultura e foi nesse período que os sujeitos vivenciaram suas primeiras experiências de leitura, as quais imprimiram fortes impactos afetivos nas relações que se estabeleceram entre eles e esta prática cultural.
Os conteúdos afetivos dessas experiências, tais como proximidade física, carinho, atenção, prazer e respeito, são internalizados e associados à prática da leitura.
Em síntese, defende-se que a constituição do sujeito como leitor é um processo socialmente construído, determinado pela história concreta de mediações vivenciadas por ele, nos diversos ambientes, onde se desataca o da família, que pode representar uma instância de enorme poder formativo (Leite, 2011).
Aponta que novos estudos devem ser realizados, buscando-se detalhar os processos de mediação vivenciados por leitores autônomos, não só na família, mas nas demais instâncias sociais.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ORLANDO IR, LEITE SAS. Formação de leitores: a dimensão afetiva na mediação da família. Psicol. Esc. Educ. vol.22 no.3 Maringá Set/Dez de 2018. Disponível em: Acesso em: 22/09/2019.

22 de set. de 2019

Didática

Retrospectiva histórica da didática 

     A autora inicia o livro refletindo sobre o período considerado os primórdios da didática que vai de 1549 a 1930, há uma participação predominante dos jesuítas, na educação brasileira, que perdurou por 210 anos, compreendendo o período de 1549 a 1759. Período marcado por uma ação pedagógica dogmática e contra o pensamento crítico.  O papel da didática centrava-se no aspecto formal e tinha como base o intelecto; o conhecimento marcado pela visão essencialista de homem.
     Se a prática Jesuíta já era retrógrada, a reforma Pombalina instituída após a expulsão dos Jesuítas, resultou em retrocesso pedagógico que resultou em movimentos a partir de 1870 que irão buscar a disseminação de uma visão burguesa de sociedade e de mundo apartir da escola.

https://www.youtube.com/watch?v=MQsQalo7m-Q
    Observa que o período de 1930 a 1945 foi marcado pelo equilíbrio entre a corrente educacional tradicional e a moderna. A didática passou a se basear em um conjunto de ideias e métodos que valorizavam o aspecto técnico e cientifico ao mesmo tempo que ignorava o contexto sociopolítico.
     A partir do golpe dos militares, que implantou a ditadura no Brasil, no ano de 1964, afirma que a didática assume um papel tecnicista, que acentua a desvinculação de teoria e prática.
     O processo de ensino e aprendizagem é direcionado para o alcance de metas. Surge apartir de 1979 a concepção dialética ou crítica em que a didática tem o papel de clarificar o contexto sociopolítico da educação e ensino, como espaço de negação hegemônica. A década de 90 retrocede para a execução acrítica de tarefas, já no século XXI a didática é concebida como prática social de ensino e aprendizagem.
        Neste contexto o planejamento pedagógico é concebido como organização da ação pedagógica intencional de diferentes pontos de vista, de curiosidade científica, de investigação atenta da realidade, não aceitando os conteúdos curriculares como conhecimentos perfeitos e acabados; essencial ao processo de ensino e aprendizagem para ampliar os conhecimentos, propiciar oportunidades e buscar novos conhecimentos.
      Reflete que o planejamento participativo em que a escola busca a integração com a realidade histórico social; surge como alternativa ao ato de planejar o ensino primado pelo relacionamento entre teoria e prática; baseia-se na ação de planejar com a participação ativa de todos os elementos envolvidos no processo, priorizando a busca da unidade entre teoria e prática a partir da realidade do aluno, escola e contexto social, além de voltar-se para o alcance amplo da educação.
     Como professor, vejo o processo de planejamento como um desafio, para contrapor o modelo já padronizado institucionalmente, que baseia o processo de ensino e aprendizagem na lógica mercadológica e tecnicista, que transcenda o mecanicismo e considere as relações da escola com o território e a comunidade.
     A proximidade efetiva é fator que contribui para melhorar a percepção de bom professor. Além disso, a maneira como o professor se relaciona com sua área de conhecimento, bem como sua percepção de ciência e produção de conhecimento.
     A metodologia também é fator associado a evolução da relação professor- aluno. Quando o professor acredita nas potencialidades do aluno, que se preocupa com sua aprendizagem, com seu nível satisfação, exerce práticas em sala de acordo com esta posição. Neste sentido o bom professor é aquele que domina o conteúdo, apresenta formas adequadas de mostrar a matéria é ter bom relacionamento com o grupo.
     O professor não é uma construção do seu ambiente escolar, mas sim uma construção histórica de sua vida nos aspectos de relações sociais familiares; crenças, valores, preferências etc, sua prática e saber é resultante da apropriação que ele mesmo fez da prática e dos saberes históricos sociais. Enfim a postura pedagógica do professor reflete o seu papel social fruto de sua identidade que também é produto da relação indivíduo sociedade.
     Portanto ser professor e ser aluno extrapola a relação de ensinar e aprender os conteúdos de ensino, deve-se ter consciência de um processo de protagonismo discente e o professor é um ator que não pode ser “engolido pela escola”. Sempre desejei, desde a graduação, me apropriar de ferramentas educacionais, porém a licenciatura sempre foi algo distante para mim.
     O contato com esta disciplina está retirando literalmente dos meus olhos diversas vendas, que ainda insistem em estar por aqui e me distanciam da verdade, do conhecimento crítico. Gostei muito da proposta de metodologias ativas, de refletir e conhecer um pouco mais sobre o meio ou a maneira de como construir o processo de aprendizagem. Neste processo considero que estou em construção, um exercício de tolerância em um ambiente que ao mesmo tempo que deseja conhecimento e promove o conhecimento, ecoa intolerância, desrespeito e tradicionalismo.
     Confesso que este ambiente, o da sala, também é um grande aprendizado, até aqui, não me ocorreu desistir como outros colegas, até porque  sei o que desejo e quantos sonhos ainda tenho por realizar mais a disciplina, mas infelizmente fatores externos e diria até mesmo físicos e mentais, resultantes da jornada de trabalho compromete, muitas vezes, um envolvimento mais intenso, embora o desejo e a vontade  de aprender estejam  sempre ativos.

Referência:
VEIGA. I P A. Repensando a didática. Campinas 25ª Edição. Papirus